sexta-feira, 17 de junho de 2011

Conversas da Alma




Outro dia conversei com minha alma,

Perguntei o que ela achava de tudo o que andava vendo e vivendo.

A mesma virou-se para mim e desatou:

Falou que espanta-se com tanto desamor.

Contou do seu horror pela maldade.

Mencionou seu lamento pela banalização da vida.

Sussurrou com voz dolorosa o fato da humanidade estar tão brutalizada.

Disse-me que são tempos difíceis para ela plantar sonhos.

Confessou o quão difícil é fazer as pessoas crerem que ela ainda pode guardar amor e compaixão.

Mostrou-me algumas pessoas que parecem ter esquecido o que é ser gente.

Chorou ao falar da supervalorização do material em detrimento ao verdadeiramente essencial.

Emudeceu diante da hipocrisia, da frieza, da desfaçatez e arrogância.

Empalideceu ante às agruras da indiferença do homem para com si mesmo e para com o próximo.

Pasmou pelas dificuldades de se manter inteira e saudável em meio a uma sociedade que a cada dia adoece e avança a passos largos para o colapso.

Transtornou-se com as contigências da vida, com os desastres naturais, com os desastres emocionais.

Por fim cansou de falar.

Calou-se, cansada, pensativa, cheia de reticências...

Passado um tempo virou-se então de forma iluminada.

Silenciosamente disse que ainda é preciso tentar, ainda é preciso acreditar.

Há que se buscar novas rotas, há que se correr novos riscos.

Há que se tentar novos rumos.

Há que se buscar novas faces e abrir novos caminhos.

Há que se continuar a viver.

Há que se amar com doçura e encanto.

Talvez um pouco cheio de pálido espanto.

Mas sempre amar, sempre sonhar, sempre se ter esperança.

É isso que a alimenta e fortalece.

É isso que a torna saudável.

É esse o misterioso caminho da felicidade que ela se deleita tanto em percorrer.

E, principalmente, finalizou com um sorriso:

Creia e espere em Deus.


"Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim?
Espera em Deus, pois ainda O louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu."
Salmo 42:11

Meninas do Reino

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