segunda-feira, 7 de maio de 2012

Livre Arbítrio: Um Presente Maravilhoso




“O homem não é guiado simplesmente por instintos, ele é livre”. 

Toda formiga sabe o que tem de fazer tão logo nasce. Assim como todos os animais, ela tem um programa fixo, segundo o qual passa a viver; dotada de instinto próprio, reage a todos os estímulos de maneira lógica, diferentemente do homem, que não segue esse esquema.

O Homem – o ser humano – não é guiado simplesmente por instintos, mas é livre, isto é, pode escolher como se comportar em determinadas situações. De fato, um presente maravilhoso, ou não?

O problema é que a maioria das pessoas esqueceu que elas escolhem, até mesmo diariamente. Elas também esquecem que podem abolir decisões anteriores, se assim desejarem, e não o fazem por motivos pelos quais elas mesmas são responsáveis. 

Sempre encontramos outro meio de realizar alguma coisa e, na maioria das vezes, mais do que um meio; muitos, todavia, agarram-se a um [único] método para alcançar seus objetivos ou resolver problemas e não lhes ocorre a idéia de adotar outro caminho.

Em vez de seguir uma alternativa mais sábia, dobram seus esforços e, se ainda não funcionar, desistem, entregando os pontos. Mas o poder da decisão está em suas mãos. 


Os Baldes de Água Fria 

Muitas vezes, nada parece ser mais complexo do que tomar uma decisão clara e consciente, e dificilmente podemos avaliar por antecipação todas as conseqüências de nossas decisões. Ou, como afirmou o filósofo Immanuel Kant: “A necessidade de escolher transpõe a possibilidade de reconhecer”.

Pode haver mais problemas nos aguardando posteriormente do que antes de nossa decisão? É evidente também que, além disso, estamos expostos a influências externas, pois somos seres sociais e precisamos dos outros para alcançar nossos objetivos.

Além disso, sucedem-nos situações que não estão sob o poder de nosso controle, tais como políticas, econômicas, de saúde; sim, há as duchas de água fria da vida. E então protestamos: “Não escolhi isso: Impuseram-me isso!”

Pode ser que você não tenha escolhido essa ducha de água fria para agora; entretanto, num sentido mais amplo, na hora da escolha e na medida do possível, você optou por todas as conseqüências. 

A vida é sempre um fator de perigo. O filósofo Martin Heidegger assim escreve: “O homem, ao nascer, está preparado para morrer”. 

Se, em um terremoto, eu for morto por um teto desabado, por mais absurdo que possa parecer esta afirmação, havia a escolha anterior de viver em um lugar à prova desse fenômeno e, por esse motivo, algumas civilizações se negam a viver em edificações. 

Ou a lamentação pelo “acaso” de que alguém fora atropelado na esquina mais próxima: por mais trágico e triste que possa ser o caso isoladamente, se alguém optou por inserir-se no trânsito, basicamente, também escolheu a possibilidade de ser atropelado.

Para algumas tribos norte-americanas, não há dúvida de que tudo o que acontece no mundo é influenciado por seus atos e negociações. Alguns pensadores modernos afirmam que as guerras acontecerão enquanto elas existirem em nossas cabeças [isso é bíblico: Tiago 4:1-3]. 

C.G. Jung, com sua idéia de inconsciente coletivo. Rupert Sheldrake, com suas espantosas experiências e teses em memória da natureza; o povo judeu, que, segundo Theodor Lessing, foi o primeiro a procurar junto de si a responsabilidade pelos acontecimentos do mundo – todos eles assumem a responsabilidade pela realidade das coisas e não apenas pelo como e por que de nossa reação.

Lembre-se: Os imprevistos podem não ser escolha nossa, já o modo de reação a eles, sim! 


- Texto extraído e adaptado do livro “Toda Mudança Começa Em Você”, do Dr. Reinhard K. Sprenger.