quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma viagem à porta do céu

 
Sermão para ocasião especial: Reverência na Igreja

Título: Uma viagem à porta do céu

Texto: Gênesis 28:10 –12 e 16 e17.

Introdução:

A – Hoje, vamos fazer uma longa viagem até a porta do céu.

1 – O apóstolo Paulo também fez uma viagem até o céu. Ele diz: – “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe)... Foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (II Coríntios 12:2-4).

B – Mas onde fica a porta do céu?

1 – Esta tem sido a grande preocupação dos astrônomos.

a) Para alguns, a porta do céu está na chamada constelação saco do carvão.
b) Para outros, é o saco do silício.
c) Uma terceira classe crê que é a constelação do Órion.

(1) Nós adventistas aceitamos esta última idéia. A Sra. White declarou certa vez que a nebulosa do Órion é a porta do céu. Cristo na Sua volta aparecerá no Órion. “... A atmosfera abriu-se e recuou; pudemos então olhar através do espaço aberto em Órion, donde vinha a voz de Deus”. Primeiros Escritos, pág.41.

2 – Existem outros – os incrédulos – que dizem: “O céu não existe. É uma utopia. Só existe na cabeça dos religiosos”.

C – O céu existe, sim, e está ao nosso alcance.

1 – O céu é a morada de Deus, e será a morada daqueles que creem nEle.

a) Jesus nos prometeu um lugar no céu: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde Eu estou, estejais vós também” (João 14:1-3).

I – AS CARACTERÍSTICAS DA PORTA DO CÉU:

A – Na porta do céu há um silêncio profundo.

1 – As pessoas que lá estão não fazem barulho, nem zoada.
2 – Na porta do céu há sempre profunda reverência.
3 – Ali, todos estão para reverenciar o Criador do Universo.

C – As pessoas que lá estão sempre cantam hinos de louvor ao Rei dos reis e Senhor dos senhores.

1 – E cantam com prazer!
2 – Por isso a porta do céu é um lugar aprazível, agradável...

II – ONDE FICA A PORTA DO CÉU

A – A porta do céu está ao nosso alcance. Não fica longe de nós. Outros tiveram a oportunidade de lá entrar, e nós também podemos ter acesso a ela.

1 – Jacó esteve na porta do céu. Leia Gênesis 28:1–18.
2 – Jacó fugindo, com medo de seu irmão, viajou pelos desertos difíceis e tenebrosos da Síria.

a) “Tendo chegado a um lugar, ali passou a noite, pois já era sol-posto”. (v.11).

(1) Não havia um hotel.
(2) Não havia uma cama.
(3) Não havia um travesseiro. Por esse motivo, ele fez de uma pedra o seu travesseiro e do chão, a sua cama...

3 – Jacó, deitado no chão e olhando para cima, viu no firmamento a lua, as estrelas... Finalmente dormiu num hotel de milhares de estrelas...

(a) Não foi em um hotel de cinco ou seis estrelas dos hotéis modernos, que existem hoje. Havia milhares de estrelas. Jacó, porém, estava tão cansado que não teve oportunidade de observá-las, nem contá-las. Logo pegou no sono e dormiu profundamente.

4 – “E sonhou: Eis posta na terra uma escada, cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela”. (v. 12).

a) Esta escada é Jesus Cristo. Cristo é a escada de Jacó que liga o céu com a terra.

5 – A conclusão que chegou Jacó ao acordar: – “Despertado Jacó do seu sono, disse: Na verdade, o Senhor está neste lugar; e eu não sabia. E, temendo disse: Quão temível é esse lugar! É a casa de Deus, a porta dos céus (Gênesis 28:16 –17).

a) Para Jacó, onde ficava a porta do céu?

(1) “Quão temível é esse lugar! É a casa de Deus e a porta do dos céus”. (v.17).

B – A porta do céu é, portanto, o lugar onde Deus está. Se Deus está aqui, então, aqui é a porta do céu.

1 – A igreja é a porta do céu.

a) Se a igreja é a porta do céu, como são os nossos cantos de louvor neste lugar?
b) Como são as nossas orações?
c) Há bastante reverência nesse lugar?

(1) “Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário” (Levíticos 1:30).

d) Há sempre, aqui, um silêncio profundo?

(1) “O Senhor está no Seu Santo Templo, cale-se diante dele toda a terra” (Habacuque 2:20)

C – Jacó consagrou o lugar em que adorou a Deus. “Tendo se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna, sobre cujo topo entornou azeite, e ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel” (Gênesis 28:18-19).

1 – Betel significa – Casa de Deus.
2 – A igreja foi consagrada a Deus. Aqui começa a porta do céu.

a) Quando consagramos algo ao Senhor é considerado santíssimo.

III – UM EXEMPLO DE REVERÊNCIA

A – Moisés no monte Horebe. Êxodo 3:1-5

1 – A sarça ardente. Ela queimava, mas não se consumia. Ao se aproximar Moisés dela Deus lhe diz: “Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (3:5)

a) Devia descalçar os pés porque o lugar era Santo.
b) Os muçulmanos até hoje, nas mesquitas maometanas, todos entram descalços. Os sapatos ficam lá fora.

(1) O que Deus exige de nós hoje não é apenas tirar os sapatos, quando adentramos ao lugar de adoração. Só tirar os sapatos não muda nada.

B – Ao entrarmos na igreja, deixemos lá fora os pecados.

1 – Deixa lá fora a indisciplina.
2 – Deixa lá fora as vaidades, as modas extravagantes.
3 – Deixa lá fora os maus costumes.
4 – Deixa lá fora os vícios.
5 – Deixa lá fora as críticas.
6 – Deixa lá fora as brigas.
7 – Deixa lá fora as fofocas.

– “Descalça os teus pés, porque o lugar é terra santa”.


IV – A REVERÊNCIA NA CASA DE DEUS.

A – A reverência ontem e hoje:

1 – Ontem – Um grande extremo.

a) As pessoas ao chegar à igreja não se demoravam fora dela.
b) Era momento de orar silenciosamente, e ajoelhados. Falar com Deus era o mais importante.
c) As pessoas aproveitavam para ler a Bíblia.
d) Era considerado falta de reverência e de ética dar a mão ou abraçar alguém dentro da igreja.

2 – Hoje – Um outro extremo.

Experiência – Eu estava orando. Um irmão veio falar comigo. Ele não teve a perspicácia de perceber que eu estava orando e falando com Deus. Deixei de falar com Deus para falar com ele.

a) Particularmente, sou a favor de algumas mudanças porque o mundo é dialético e as transformações sociais se processam, quer queiramos ou não.

(1) Vejam a Escola Sabatina. Há, hoje, o momento de confraternização. Faz bem a todos. Devemos nos confraternizar, sem irmos ao extremo.

3 – No passado, as pessoas vinham à igreja para falar com Deus, e falavam pouco com os homens. Hoje, porém, as pessoas vêm à igreja e falam muito uma com as outras e se esquecem de falar com Deus.

a) Por isso, ao virmos à igreja, dediquemos tempo para meditar, orar, falar com Deus, em silêncio.

(1) Uma pessoa, hoje, pode vir à igreja e falar com todo mundo e não falar com Deus. Vai voltar para casa tão vazio como entrou na igreja.

Experiência: Aleluia de Hendel – Por que as pessoas ficam em pé, quando é cantado? É uma tradição histórica.

1 – No dia 23 de março de 1783, ouviu-se na Inglaterra o mais belo cântico já cantado numa igreja: A Música de Hendel. Houve um profundo silêncio na igreja nunca ouvido antes. O coral cantou: “Aleluia, o nosso Deus reina!” Sem que ninguém pedisse, todos em estado de êxtase se levantaram como se estivessem subindo para o céu.
Aplicação: É por isso que até hoje, tornou-se um costume ético se levantar, quando se ouve “Aleluia de Hendel”.

B – O salmista diz: “Porém eu, pela riqueza da tua misericórdia, entrarei na tua casa e me prostrarei diante do Teu santo templo, no Teu temor” (Salmo 5:7)

C – O sábio diz: “Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifício de tolo” (Eclesiastes 5:1).

1 – Neste verso existem três coisas importantes:
a) Primeira: “Guarda o pé”. O que significa isso? Não entre na igreja fazendo barulho.

Ilustração: Eu pregava numa grande e rica igreja. Entrou, já no meio do culto, uma moça pela entrada principal com sapatos altos, tipo Luís XV e Toc, Toc... Todos olharam para ela. Parecia uma Gisele Bündchen desfilando na passarela. A igreja não é uma passarela de desfile de modas.

(1) Por isso a Bíblia diz: “Guarda o teu pé”...

b) O segundo ponto do verso: “Chegar-se para ouvir”.

(1)Meu irmão, se você veio para culto a fim de ouvir, ouça com atenção. É importante ouvir, ouvir, ouvir. Se você veio à igreja para ouvir, então não fale. Fique quieto ouvindo. Agora, se você veio à igreja a fim de falar, fale. Fale com poder. Se você é o pregador, então fale.

c) O terceiro ponto importante diz o verso: “Ouvir é melhor do que oferecer sacrifício de tolos”.
(1) O que é o sacrifício do tolo? Não sabe?
(2) O que faz o tolo, quando fala? Fala bobagem.
(3) Na igreja, quando alguém está falando bobagem ou besteira está oferecendo sacrifício de tolos.

E – Não dormir na igreja. Faça tudo para não dormir na igreja.

1 – A Igreja foi construída com o objetivo de ser um auditório e não um dormitório.

Ilustração: O pastor estava pregando e o ancião sentado ao seu lado dormindo. Ele pregava sobre a diferença entre o seu e o inferno. No final, fez um apelo: “Quem quer ir para o inferno? Levante-se”. O ancião acordou quando ele disse: “levante-se”. O irmão se levantou. Todos começaram a rir. Pior: Ele pegou o microfone e falou: “Pastor, só nós dois estamos em pé. Parece que só nós dois estamos de acordo”. Ele ofereceu um sacrifício de tolo, colocando o pastor numa fria e num constrangimento.

F – Um exemplo de irreverência e seu funesto resultado.

1 – “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do Senhor e os consumiu; e morreram perante o Senhor” (Levíticos. 10:1,2).

a) Esta história é uma lição para nós.

2 – O fogo estranho de hoje pode ser: comida, papel picado, bola de papel, balas de mascar, chicletes nos bancos.

Ilustração: Um apaixonado escreveu no banco da igreja: “Ana Mary eu te amo”. Por que esse rapaz não fez a declaração de amor que tinha de fazer diretamente para a moça? Quem “pagou o pato” foi o banco da igreja que ficou riscado.

3 – Alguém disse: “A invenção é a mãe de todas as necessidades humanas”.

a) Um dia inventaram o celular. O celular é uma invenção moderna, útil e necessária. Não conseguimos mais viver sem ele. O celular pode ser uma bênção na nossa vida e nos nossos negócios, mas, na igreja, pode ser uma maldição.

b) Decreto da rainha Elizabeth II: Em palácio, celular não funciona. É proibido usar o celular. Pense bem: se alguém para falar com a rainha tem de desligar o celular, você vai falar com Deus e deixa o seu celular ligado, podendo atrapalhar a sua comunicação com Ele?
c) Na igreja, o celular pode ser um fogo estranho.

Ilustração: Eu visitei algum templo atrás a Igreja Central do Rio de Janeiro. Gostei da placa: “Seja bem-vindo, mas desligue o celular”. Vi outro dia numa igreja dois jovens passando torpedo um para o outro na hora do culto. Um bom nome para esse fogo estranho usado na hora do culto: “Torpedo”.

F – Citação da Sra. White sobre reverência na igreja.
“Para alma e humilde, a casa de Deus é a porta do céu... Quando os crentes penetram na casa de culto, devem guardar a devida compostura e tomar silenciosamente o seu lugar... Conversas vulgares, cochichos e risos não devem ser permitidos na casa de culto...” T.S. 193 – 195.

V – DEUS AMA O SILÊNCIO E A REVERÊNCIA.

Ilustração: Ladrão na igreja. Um visitante foi a uma igreja adventista pela primeira vez. No final do culto, na porta da igreja, o pastor cumprimentando a todos, procurou para ele: “O senhor gostou do culto?” Respondeu: “Não, eu fui roubado na igreja!” “O que foi que lhe roubaram?” – perguntou o pastor preocupado.
– Na entrada, duas moças riram de mim.
Elas roubaram a minha confiança. Já entrei na igreja desconfiado.
– Não pude orar. Passaram por cima de mim, quando eu estava orando.
Roubaram minha devoção a Deus.
– Durante o sermão, a conversa foi tão grande atrás de mim que não pude me concentrar para ouvir a mensagem.
Roubaram minha concentração.
– Quando eu estava me concentrando para assimilar a mensagem, uma moça puxou o meu pente, eu virei para trás e não soube mais o que o senhor estava dizendo.

– Pastor, a sua igreja está cheia de ladrões e eu não voltarei mais aqui.

CONCLUSÃO:

A – Assim como existe um lugar lá em cima chamado de morada de Deus, existe um lugar aqui em baixo, onde devemos reverenciá-Lo. A porta de céu começa aqui na terra, como começava a escada de Jacó.
1 – Jacó consagrou o lugar onde se encontrou com Deus, em sonho, chamando-o de Betel – Casa de Deus.

B – Como temos nos portado e comportado na Casa de Deus – a Porta do Céu?

C – Será que estamos roubando a atenção que os outros querem devotar a Deus?

1 – “Quão temível é esse lugar! É a Casa de Deus – a porta do céu!”

D – Aqueles que se comportam como verdadeiros cristãos na porta do céu, ou seja – na igreja – vão ter o direito de transpor os portais da eternidade e viver com Cristo no lar dos salvos.

ORAÇÃO: Muito obrigado, Senhor, porque estudamos a Tua Palavra. Ajuda-nos a entender cada dia o que Tu pedes de nós. Dá-nos forças e disposição para sempre irmos a Tua casa de oração comungar contigo. Ajuda-nos a termos sempre um espírito de reverência quando entrarmos no Teu tabernáculo, porque onde estiverem dois ou três reunidos em Teu nome, Tu estarás no meio deles. Que a Tua presença seja sempre uma constante em nossa vida. Nós te pedimos isto não que sejamos merecedores, mas confiados nos méritos de Teu Filho Jesus Cristo. Amém!
Fonte: Nisto Cremos

O beijo que me fez mais cristão


Hoje eu ganhei um beijo que me ensinou muito mais do que muitas pregações acerca da minha caminhada de fé. Eu estava voltando do cabeleireiro, já de noite, quando vi um senhor numa situação complicada. Sacola numa mão, bengalinha na outra, eu o vi roçar em um muro de concreto coberto de hera (se você nunca teve essa experiência, saiba que dói bastante). Eu tinha hora, tinha prometido a minha esposa voltar logo para casa para dar banho em nossa neném. Resolvi entao ignorar aquele homem. Passei direto. Ah, uma informação que não poderia deixar de dar: ele era cego.
Como bom fingidor, continuei caminhando sem olhar pros lados. Mas aí ouvi um gemido. Olhei para trás e reparei que agora aquele deficiente visual estava encurralado entre um canteiro e a portaria de um edifício, sem saber que rumo tomar. Como bom brasileiro, fiz o que todos nós fazemos: pensei “ah, vai, ele consegue se virar sozinho” e continuei meu caminho. Mas, três passos depois, resolvi olhar para trás de novo e notei que agora ele, desorientado, caminhava em direção a uma parede.
A calçada da minha rua está longe de ser um tapete. Na verdade, é quase um campo minado: tem buracos, postes, rachaduras e outras armadilhas. Aí aquele Espirito que vive dentro de mim pareceu dizer-me: “Ô Zágari, toma vergonha na cara e vai lá ajudar o moço”. E quando o Homem fala, é melhor dar ouvidos. Resignei-me, parei, voltei e me dirigi a ele. Não porque eu quisesse, que fique bem claro, minha vontade era seguir meu caminho e ir dar banho na minha filhinha. Mas depois que eu fui comprado a preço de sangue… bem, minha vontade não me pertence mais.

- O senhor quer ajuda? – indaguei meio sem jeito, sem saber qual seria a reação daquele jovem senhor.

Para meu alívio, ele abriu um simpático sorriso e soltou um:

- Poxa, era tudo de que eu precisava agora.

Estendi meu braço direito, que ele tomou, e começamos a caminhar juntos. A conversa não foi muito profunda, basicamente se resumiu à pista se obstáculos que era aquela calçada. “Aqui tem um poste. Cuidado com o buraco. Espera um pouquinho que aqui a gente tem de se espremer. Olha o meio-fio” e coisas do gênero deram a tônica da nossa curta conversa até chegarmos à esquina, onde ele atravessaria para seguir por uma passagem subterrânea rumo a um shopping center do outro lado da avenida. Detalhe: eu estava em frente ao meu prédio.

Pensei em me despedir ali e subir para o conforto do meu lar, mas, contra a minha vontade, aquele Espírito, de modo bem inconveniente, novamente me deu um cutucão: “Zágari, deixa de ser comodista e leva ele até a passagem subterânea, não está vendo quantos tapumes tem aí!”. E era verdade. Uma obra da companhia de gás desconfigurou a calçada e, apesar de aquele senhor cego ter me dito que estava acostumado a circular por aquela região, certamente teria dificuldade para chegar à passagem subterrânea. Coisas que o governo não pensa na hora de fazer uma obra, mas deixa isso pra lá.
Resolvi então atravessar a rua com ele. Esperei abrir o sinal, atravessamos e o levei até o inicio da ladeira de descida.

- Daqui o senhor segue bem?

- Ah, fica tranquilo, agora daqui pra frente é moleza pra mim – sorriu ele. E, sem que eu esperasse, completou: – Qual é o seu nome?

- Mauricio – respondi.

Foi então que ele me surpreendeu com muito mais do que o automático “obrigado” que eu esperava. Ele segurou meu braço com as duas mãos e deu-me um beijo no ombro. E disse:

- Obrigado, Mauricinho, meu nome é Celso. Fica com Deus, viu.
Não tenho nem certeza se ele ouviu eu balbuciar um “o senhor também…” antes de prosseguir seu caminho.

Eu estava apenas querendo voltar logo para casa depois de cortar o cabelo. E acabei recebendo um beijo inesperado que transformou minha noite, que seria apenas mais uma entre tantas noites comuns, numa noite profundamente cristã. Sem ter percebido, e até meio a contragosto, eu tinha ajudado Jesus de Nazaré a caminhar por uma calçada irregular, a atravessar a rua e a chegar ao seu destino.

“O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.” (Mateus 25:31-46)

Há muitos Celsos por aí, apenas esperando um “o senhor quer ajuda?” para fazer de você um cristão melhor. E, ao final, te dar um beijo que tem gosto de culto a Deus.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Maurício Zágari -
Apenas