quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ósculo Santo


Inúmeras vezes a Casa Publicadora Brasileira recebe cartas, consultando por que os adventistas não praticamos o ósculo santo, como recomendado por Paulo e Pedro em suas epístolas.
Definição: Ósculo é o termo erudito, derivado do latim osculum correspondente a nossa forma popular beijo.
É do conhecimento de todos, que o beijo era no passado e ainda continua sendo na presente, em alguns países do Oriente, a maneira mais afetiva de cumprimentar. Presidentes e demais autoridades que visitam países, como a Rússia, são saudados desta maneira, como nos mostram os meios de comunicação.
Vejamos o uso do beijo em várias circunstâncias no Antigo Testamento:
a) Indicativo de profunda afeição. Gên. 27:26-27; 31:28; 50:1; I Sam. 20:41.
b) Sinal de reconciliação. Gên. 45:15.
c) Manifestação de despedida. l Reis 19:20; Rute 1:9, 14.
d) Símbolo de homenagem. l Sam. 10:1.
e) Um ato de adoração religiosa. Os. 13:2.
f) Símbolo de traição. II Sam. 20:9.
Neste sentido, um dos mais famosos beijos mencionados na Bíblia, foi o de Judas, dado em Jesus. Mat. 26:48; Mar. 14: 44; Luc. 22:47.
As passagens citadas nos indicam que o beijo era usado como símbolo de afetividade, amor, rito religioso, aproximação e traição entre os homens.
Em o Novo Testamento de modo idêntico o beijo era indicativo de amizade ou afeição, como nos indicam os seguintes passos:
a) A mulher adúltera beijando os pés de Cristo. Luc. 7:38.
b) O pai do filho pródigo beijando-o pelo seu regresso ao lar. Luc. 15:20.
c) A despedida de Paulo da Igreja de Éfeso. Atos 20:37.
O problema com este assunto surge com o denominado “ósculo santo”, uma expressão de afeto comunitário e mencionado cinco vezes em o Novo Testamento, nas seguintes passagens: Rom. 16:16; I Cor. 16: 20; II Cor. 13:12; I Tes. 5:16 e I Ped. 5:14. Nesta última passagem é chamado ósculo de amor. Este beijo era uma expressão de amor cristão e de acordo com os comentaristas provavelmente se restringia a pessoas do mesmo sexo. O vocábulo santo é muito elucidativo para nós, porque mostra que esta saudação devia ser considerada em seu verdadeiro caráter puro e elevado.
Desta recomendação dos apóstolos não se deve inferir, como alguns têm feito, que o ósculo fosse obrigatório por ocasião da Ceia do Senhor.
A descrição feita sobre este tema por Russel Norman Champlin, em O Novo Testamento Interpretado, vol. III, pág, 880 é muito esclarecedora, por essa razão pedimos vênia para transcrever os seguintes parágrafos:
“Seria mesmo de esperar que esse costume fosse preservado na igreja cristã, como expressão de amizade e de afeto mútuo. Nos primeiros tempos do cristianismo, o ósculo santo era simplesmente uma parte das saudações, quando os crentes se reuniam em seus cultos públicos. Porém, não demorou muito para que fosse transferido para a própria liturgia, primeiramente como um sinal de despedida, após a oração final, que encerrava cada reunião, mas, finalmente, como parte do rito da Ceia do Senhor. Justino Mártir (M. Apol. I, op. 65), relata-nos como o ósculo santo era usado nas despedidas e quando da celebração da Ceia do Senhor, e como o ósculo santo fazia parte dos cultos religiosos dos cristãos. Justino Mártir viveu mais ou menos em torno de 150 d.C., o que nos permite observar que essa prática do ‘ósculo santo’, pelo menos em alguns segmentos da igreja cristã, havia perdurado por século e tanto. A prática do ósculo santo, como parte integrante da liturgia cristã, é mencionada nas Constituições Apostólicas *séc. III d.C.), o que significa que houve lugares onde essa prática sobreviveu por nada menos de três séculos, Na Igreja Ortodoxa Grega, que representa uma boa parcela da cristandade atual, essa prática tem sido preservada até hoje, sendo praticada quando das festividades religiosas.
“Vários autores defendem, com boas razões, a tese de que o ósculo santo, entre os crentes primitivos, não se limitava, a ser praticado entre ‘mulheres com mulheres’ e ‘homens com homens’. Os costumes orientais, entretanto, indicam que o ósculo santo era aplicado ou na testa ou na mão, na palma ou nas costas da mão, e nunca nos lábios. Tertuliano (150 d.C.), também o denominava de ‘ósculo da paz’, e Clemente de Alexandria denominava-o de ‘ósculo místico’ (século III d.C.).
“Além do seu emprego durante as festividades religiosas, conforme se verifica entre a Igreja Ortodoxa Grega até hoje, vários grupos cristãos menores têm preservado essa prática de uma maneira ou de outra, tal como sucede entre os chamados dunkers (irmãos Batistas Alemães). Alguns eruditos bíblicos insistem que essa prática é obrigatória, como uma ordem e uma prática apostólica. Outros insistem que se tratava meramente de uma prática própria dos tempos apostólicos, que expressava amizade e afeição mútua, crendo que essa afeição mútua, por haver sido preservada na igreja cristã, tornou desnecessária a continuação do símbolo antigo, pois, em nossas culturas modernas, o aperto de mãos e o abraço teriam o mesmo simbolismo que tinham o ósculo no oriente.
“Em algumas culturas, como nos Estados Unidos da América do Norte, seria reputado como algo inteiramente impróprio um homem oscular a outro homem, quanto mais uma mulher que não fosse a sua esposa ou sua irmã carnal, dentro da comunidade evangélica ou da sociedade em geral. Na Índia, os homens costumam andar de mãos dadas, como também sucede entre as mulheres, sem dar qualquer idéia de homossexualidade. Na América do Norte e também no Brasil, por exemplo, um homem andar de mãos dadas com outro seria considerado como algo fora do lugar, dando a entender alguma intenção sexual pervertida. Da mesma maneira o ósculo é considerado como uma aberração, sobretudo quando praticado entre homens. Por essa razão é que alguns grupos evangélicos têm achado ser melhor, em algumas culturas, evitar essa forma de demonstração de afeto, reduzindo o ósculo ao mero aperto de mãos.” (Grifos meus).
O que se segue é uma parte da resposta dada a um consulente da Revista Adventista sobre o assunto que está sendo ventilado:
“A Reforma protestante (do Século XVI) não considerou o ósculo santo como ordenança evangélica, tendo-o como mero costume oriental, Comentadores como Clarke dizem que, na igreja primitiva, os cristãos não se beijavam apenas nas reuniões públicas, mas também em seus encontros ocasionais nas ruas e nos lares. Diz ainda este último comentarista que, crescendo o número de adeptos, a prática se foi tornando mais e mais difícil, a ponto de ser afrouxada e quase abandonada.
“A Igreja Adventista do Sétimo Dia oficialmente não exige que, no ritualismo da Ceia, se pratique o ósculo santo, como o fazem alguns ramos pentecostalistas. Apenas mantêm o sentido da cordialidade cristã. Após o lava-pés os adventistas se abraçam mutuamente, e mutuamente apertam-se as mãos, como ocorre também nos lares, nos limites do santo sábado. Cumprimentos, abraços e palavras cordiais repassadas de animação cristã conservam o sentido do antigo ósculo santo.
“Há, no entanto, alguns irmãos que fazem questão de oscular, e crêem que o ósculo santo é uma ordenança que ainda deve ser observada, e citam em abono de sua atitude, os seguintes trechos do Espírito de Profecia:
” ‘Foi então que a sinagoga de Satanás conheceu que Deus nos havia amado a nós, que lavávamos os pés uns aos outros e saudávamos os irmãos com ósculo santo ‘. – Vida e Ensinos, pág. 58.
” ‘A santa saudação mencionada no evangelho de Jesus Cristo pelo apóstolo Paulo deve ser considerada no seu verdadeiro caráter. Trata-se de um ósculo santo. Deve ser considerada como um sinal de amizade para cristãos amigos quando partem, e quando se encontram de novo após semanas ou meses de separação. Em I Tes. 5:26, Paulo diz: ‘Saudai a todos os irmãos com ósculo santo’. No mesmo capítulo ele diz: ‘Abstende-vos de toda a aparência de mal’. Pode não haver aparência de mal quando o ósculo santo é dado no tempo e em lugar próprio’. Primeiros Escritos, pág. 127.
“Nada se deve opor a um adventista sincero que plenamente convicto em matéria do ósculo, o pratique crendo que assim cumpre melhor o sentido da amizade e cordialidade cristãs. Nada pode marear a limpidez e a pureza da intenção. Argumentam alguns que hoje, dada a maré montante de homossexualidade que avassala nosso mundo agonizante, tal prática não deve ser incrementada. Não aceitamos isto. A Bíblia diz que ‘tudo é puro para os que são puros’, e num ambiente de pessoas de coração afinado com o céu, cremos mesmo que esta prática é altamente salutar, embora, como dissemos, oficialmente nossa igreja não considera o assunto.” Revista Adventista, dezembro de 1975, págs. 30 e 31.
Texto de autoria de Pedro Apolinário, extraído da apostila Explicação de Textos Difíceis da Bíblia.
Setimo Dia

A natureza de Escorpião



“Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?” Mateus 23:33
Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio, e fez um pedido: “Senhor Sapo, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?” O sapo respondeu: “Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralisado e vou afundar”. Disse o escorpião: “Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos”. Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. Porém, ao chegar do outro lado do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo. Atingido pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou: “Por quê? Por quê?” E o escorpião respondeu: “Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza”.
Escorpiões são assim, não possuem compromisso com a ética ou com a verdade. Não se pode confiar nesse tipo de animal. O ser humano tem por natureza carnal o mesmo comportamento dessas criaturas. . Sua índole é má constantemente e por causa disto são capazes de injetar seu veneno em qualquer um e por qualquer motivo. Paulo afirma em Romanos 7:19 “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço” esse é uma luta constante em nossas vidas. No entanto, quando deixamos Deus agir passamos a ser novas criaturas, Paulo assim conclui: “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (II Coríntios 5:17) ele fala sobre velha natureza carnal, essa que faz coisas que desagradam a Deus. Quando não conhecemos a Deus somos como animais, que agem irracionalmente. Sendo assim, o homem seguirá assim para sempre, a menos que permita que Deus efetue uma transformação em sua natureza moribunda. Deus quer está em busca de pessoas que desejam ser transformadas. Temos que ter em mente, que o futuro nos trará a contrapartida das nossas opções e decisões, pois certamente colheremos o que plantarmos. Precisamos do sangue de Jesus para nos purificar. Entregue-se a Cristo e ore por uma mudança radical, esse é meu desejo!
Fonte:

Plantando Sementes

“Hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43)


 
Os defensores da idéia, de que as pessoas recebem a recompensa logo após haverem expirado, citam, quase sempre, as palavras de Cristo na cruz ao ladrão arrependido.
Em Lucas 23 :42 o ladrão roga a Jesus o seguinte: “Senhor, lembra-te de mim, quando vieres no Teu reino”.
O verso 43 traz a resposta de Cristo: “Em verdade te digo hoje, que serás comigo no Paraíso”. Tradução Trinitária.
Para a nossa melhor compreensão, apresentaremos o texto em grego, como se encontra no Códice Vaticano, cópia da Bíblia em grego do 4º século, estando entre as duas mais antigas existentes.
Em letras minúsculas gregas, com as palavras separadas, aparece assim no Novo Testamento Grego:
kai eipen auto, Amen soi lego, semeron met”emu ese
en to paradeiso.
A cópia do Códice Vaticano nos comprova que nos Manuscritos primitivos unciais não havia separação das palavras e nenhum sinal de pontuação.
Em português seria assim:
EMVERDADETEDlGOHOJEESTARÁSCOMIGONOPARAÍSO.
A conhecida e muito útil obra “História, Doutrina e Interpretação da Bíblia”, do autor batista Joseph Angus, traduzida para o português por J. Santos Figueiredo, no Volume 1, pág. 38 nos informa o seguinte a respeito da pontuação na Bíblia:
“No oitavo século foram introduzidos outros sinais de pontuação. No nono foram introduzidos o ponto de interrogação e a vírgula”.
O livro “Arte de Pontuar”, de Alexandre Passos, página 22 nos afirma que estudando a história da pontuação através dos séculos, vemos que no V ou VI séculos os textos dos Evangelhos não apresentam nem ponto nem vírgula. Afirma ainda, este mesmo autor, que a separação das palavras na Bíblia torna-se mais freqüente no VII século.
A ausência de pontuação deixa os tradutores na possibilidade de colocarem a pontuação de acordo com suas idéias preestabelecidas.
É evidente, que a mudança de pontuação, pode alterar totalmente o significado de uma frase, como nos comprovam as afirmações de Rui Barbosa na Réplica, vol. II, pág. 195:
“Bem é que saiba o nosso tempo quanto bastará, para falsificar uma escritura. Bastará mudar um nome? Bastará mudar uma cifra? Digo que muito menos nos basta. Não é necessário para falsificar uma escritura mudar nomes, nem palavras, nem cifras, nem ainda letras, basta mudar um ponto ou uma vírgula.
“Ressuscitou; não está aqui”. Com estas palavras diz o evangelista que Cristo ressuscitou, e com as mesmas se mudar a pontuação, pode dizer um herege que Cristo não ressuscitou. “Ressuscitou? Não; está aqui”.
De maneira que com trocar pontos e vírgulas, com as mesmas palavras se diz que Cristo ressuscitou: e é de fé; e com as mesmas se diz que Cristo não ressuscitou: e é de heresia. Vede quão arriscado ofício é o de uma pena na mão. Ofício que, com mudar um ponto, ou uma vírgula, de heresia pode fazer fé, e de fé pode fazer heresia”.
Apresentaremos a seguir algumas declarações do Comentário Adventista ao explicar Lucas 23:43:
“Como originalmente escrito, o grego estava sem pontuação, e o advérbio semeron – “hoje”, está colocado entre duas sentenças que literalmente afirmam: “em verdade a ti te digo” e “comigo estarás no paraíso”. O uso grego permitia que aparecesse um advérbio em qualquer lugar numa sentença onde o orador ou escritor o desejasse colocar.
“Unicamente baseado na construção grega da sentença em consideração é impossível determinar se o advérbio “hoje” modifica “digo” ou “estarás”. Existe qualquer uma das duas possibilidades. A questão é: Quis Jesus dizer, literalmente, “Verdadeiramente eu te digo hoje”, ou “Hoje estarás comigo no paraíso”? A única maneira de conhecer o que Cristo queria indicar é descobrir respostas escriturísticas para algumas outras questões, tais como:
1ª) Foi Jesus ao paraíso no dia de Sua crucifixão?
2ª) O que ensinou Jesus concernente ao tempo em que os homens teriam a recompensa no paraíso?
1ª) Foi Jesus ao Paraíso no dia da Sua crucifixão?
Sabemos que Jesus não foi ao Paraíso no dia da crucifixão, pois ele mesmo declarou a Maria Madalena, três dias após a morte: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai…” (João 20:17).
Se Jesus não esteve no Paraíso naquele dia, é evidente que o ladrão também lá não esteve.
Uma leitura atenta de S. João 19:31-33 nos científica que o ladrão não morreu naquela sexta-feira:
“Então os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinha sido crucificado: chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas”.
O estudioso J. B. Howell, em seu Comentário a São Mateus, pág. 500 declara:
“O crucificado permanecia pendurado na cruz até que, exausto pela dor, pelo enfraquecimento, pela fome e a sede, sobreviesse a morte. Duravam os padecimentos geralmente três dias, e, às vezes, sete.
2ª) O que ensinou Jesus concernente ao tempo em que os homens teriam a recompensa?
A Bíblia está repleta de claros exemplos mostrando que o galardão dos justos será apenas após a volta de Jesus.
Dentre as muitas passagens destaquemos estas quatro:
a) Apoc. 22:12 – “Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.”
b) S. Mat. 16:27 – “Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos e então retribuirá a cada um conforme as suas obras.”
c) I Pedro 5:4 – “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.”
d) II Tim. 4: 8 – “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua vinda.”
Há várias traduções da Bíblia que traduzem Lucas 23:42 da seguinte maneira: “Lembra-te de mim quando vieres no Teu reino.” Assim o verte: a Trinitária, Matos Soares, a King James Version e outras. Esta tradução está bem de acordo cem o original grego, pois o verbo que aparece é erkomai, que tanto pode ser traduzido por ir ou vir.
Arnaldo Christianini estudou bem este assunto em Subtilezas do Erro, páginas 221 a 224 e dele transcrevemos as seguintes afirmações:
“E no Apêndice Nº 173, o famoso Oxford Companion Bible, esclarece: A interpretação deste versículo depende inteiramente da pontuação, a qual se baseia toda na autoridade humana, pois os manuscritos gregos não tinham pontuação alguma até o nono século, e mesmo nessa época somente um bento no meio das linhas” separando cada palavra… A oração do malfeitor referia-se também àquela vinda e àquele Reino, e não a alguma coisa que acontecesse no dia em que aquelas palavras foram ditas.”
E conclui no final do mesmo Apêndice:
“E Jesus lhe disse: “Na verdade te digo hoje” ou neste dia quando, prestes a morrerem, este homem manifestou tão grande fé no Reino vindouro do Messias, no qual será Rei quando ocorrer a ressurreição – agora, sob tão solenes circunstâncias, te digo: serás comigo no Paraíso”.
“E a expressão “hoje” ligada ao verbo não é redundante, mas enfática. É encontradiça na Bíblia. Leiam-se, por exemplo, Deut. 30:19; Zac. 9:12; Atos 20:26, e outras passagens.
“A conclusão fatal é que S. Lucas 23:43 é um falso pilar em que se ergue a teoria da imortalidade inata no homem e seu imediato galardão post mortem”.
Subtilezas do Erro menciona ainda várias traduções que vertem Lucas 23:43 da seguinte maneira:
“E Jesus lhe disse: na verdade te digo hoje: estarás comigo no Paraíso.”

Extraído de Pedro Apolinário, Explicação de Textos Difíceis da Bíblia.

Fácil e difícil



Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ela deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo lhe deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece.

Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã.
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes impulsivas e às vezes impetuosas, a cada dia que passa.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.

Fácil é brincar como um tolo.
Difícil é ter que ser sério.

Fácil é dizer “oi”, ou “como vai ?”.
Difícil é dizer “adeus”.

Fácil é abraçar, apertar a mão.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.

Fácil é querer ser o que quiser.
Difícil é ter certeza do que realmente és.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar (ou vice-versa).

Fácil é beijar.
Difícil é entregar a alma.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém.

Fácil é ferir quem nos ama.
Difícil é tentar curar esta ferida.

Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Fácil é exibir sua vitória a todos.
Difícil é assumir a sua derrota com dignidade.

Fácil é admirar uma lua cheia.
Difícil é enxergar sua outra face.

Fácil é viver o presente.
Difícil é se desvencilhar do passado.

Fácil é saber que está rodeado por pessoas queridas.
Difícil é saber que está se sentindo só no meio delas.

Fácil é tropeçar em uma pedra.
Difícil é levantar de uma queda, machucado.

Fácil é desfrutar a vida a cada dia.
Difícil é dar o verdadeiro valor a ela.

Fácil é orar todas as noites.
Difícil é colocar Deus em primeiro diante de todas as coisas.


(Autor desconhecido)