terça-feira, 2 de agosto de 2011

Como descobrir um cristão fake


Recentemente assisti a uma entrevista de um blogueiro que criou uma personagem fake, com o objetivo de ridicularizar os evangélicos. Segundo ele, mais de trinta mil pessoas visitam diariamente seu blog, e mesmo com toda a zoação (abuso de clichês, palavras chulas e situações pouco prováveis para um cristão), muitos acreditam que tudo aquilo é real.
Como esta personagem, há milhares de fakes circulando na internet, alguns tão sutis que é quase impossível dar-se conta de que não sejam pessoas reais.
Pior do que os fakes cibernéticos, são os de carne e osso que circulam nossas igrejas e nossas vidas, fazendo-se passar por aquilo que não são. Como reconhecê-los? Será que existem pastores fakes? Gente que sobe ao púlpito descaradamente, fingindo ser o que não são? Infelizmente a resposta é sim. Não dá pra confiar em tudo o que vemos e ouvimos.
Também recentemente, um pastor brasileiro que tem sido convidado para pregar fora do País, foi desmascarado, por usar dados do perfil do Orkut das pessoas como se fossem revelações dadas por Deus.
Até quando seremos enganados por esses fakes?
Como perceber que alguém é o que de fato diz ser? Como saber se aquela pessoa realmente teve um encontro com Deus?
Uma sociedade baseada em aparência, facilmente se deixará enganar por aqueles que ostentam uma piedade de fachada. Basta que o sujeito use meia dúzia de jargões religiosos, e pronto. Já enganou metade das pessoas do seu convívio.
Escrevendo a Tito, Paulo denuncia os que "professam conhecer a Deus, mas negam-no pelas suas obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra" (Tt 1:16).
Discursar sobre teologia não significa conhecer a Deus. Tive um professor no seminário que se dizia ateu. E aí?
Tempo de casa também não significa nada. Conheço gente que abraçou a fé há tão pouco tempo, mas que já conhece a Deus com mais profundidade do que alguns que nasceram e foram criados no ambiente da igreja.
Então, como podemos inferir se alguém conhece ou não a Deus, ou ainda, se é um cristão legítimo ou um fake? Do ponto de vista de Deus, não há qualquer problema. Afinal de contas, "O Senhor conhece os que são seus" (2Tm 2:19a). Mas do ponto de vista do lado de cá, só há uma maneira de saber quem de fato conhece a Deus: "Qualquer que profere o nome do Senhor aparte-se da injustiça" (v.19b).
Vamos tentar entender melhor isso através de uma passagem não muito conhecida do Antigo Testamento:
"Eram os filhos de Eli, filho de Belial; não conheciam o Senhor" (1Sm 2:12).
Como pode alguém ser filho do Sumo-sacerdote, e não conhecer a Deus? Nem sempre filho de peixe, peixinho é. Embora fossem filhos de Eli, aos olhos de Deus eram filhos de Belial (nome usado no AT em referência a Satanás).
Como o escritor sagrado chegou à esta conclusão? Vejamos o relato:
"Ora, o costume desses sacerdotes para com o povo era que, oferecendo alguém um sacrifício, estando-se cozendo a carne, vinha o moço do sacerdote com um garfo de três dentes na mão ( o famoso ‘tridente’). Metia-o na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita, e tudo o que o garfo tirava, o sacerdote tomava para si. Assim faziam a todo o Israel que ia a Siló” (vv.13-14).
Este era o meio de subsistência dos sacerdotes. Eles se dedicavam integralmente ao culto, e dependiam das ofertas para sobreviver. Porém, havia um protocolo a ser seguido.
“Mas antes mesmo de queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote; ele não aceitará de ti carne cozida, senão crua. Se lhe respondia o homem: Queime-se primeiro a gordura, e depois tomarás o que quiseres, então ele lhe dizia: Não, hás de dá-la agora; se não, tomá-la-ei à força. Era muito grande o pecado destes moços perante o Senhor, pois desprezavam a oferta do Senhor” (vv.15-17).
De acordo com o protocolo, a carne dos animais sacrificados deveria ser colocada no caldeirão, até que a gordura se queimasse, e assim, o sacerdote meteria seu garfo e retiraria a sua parte. Mas a gordura tinha que queimar.
Os filhos de Eli não tinham paciência de esperar que a gordura se queimasse. A gordura representava a melhor parte, e esta pertencia ao Senhor. Mas eles não se satisfaziam com a parte que lhes cabia no caldeirão.
Eles foram enredados pela mesma proposta feita pela serpente ao primeiro casal no Éden. Abocanharam o que pertencia exclusivamente a Deus.
Quem conhece a Deus, ama a justiça e foge da injustiça.
Justiça é dar a cada um o que lhe é de direito. A Deus o que é de Deus, a César o que de César, ao empregado o que é direito seu, ao patrão, idem, ao cônjuge a sua parte (1Co.7:3-5), e assim por diante.
Em vez de lutar por lucro, quem conhece a Deus luta por justiça. Não importa quem vai ficar com a melhor parte do bolo, desde que isso seja justo.
Nas palavras do apóstolo, “dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo, a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa algum, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros” (Rm 13:7-8a).

Dar honra é o inverso de querer tirar vantagem.

O que denunciava que os filhos de Eli eram na verdade “filhos de Belial”, e, portanto, sacerdotes fakes, era o fato de quererem tirar vantagem em tudo, até daquilo que pertencia ao Senhor.
É claro que temos direitos, porém o direito alheio vem sempre em primeiro lugar. Temos que esperar a gordura queimar, para tirar o que é nosso. É disso que Paulo fala em Romanos 12:10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-os em honra uns aos outros.” Ser cordial é ceder a vez, é por o interesse do outro acima do nosso, como nos orientou Paulo em outra passagem: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2:3-4).

Sempre haverá um caldeirão diante de nós, e nossa postura ao metermos nosso garfo vai revelar de quem somos filhos.
É simples assim:
 
“Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão” (1Jo 3:10).
Hermes C. Fernandes

7 marcas de um coração reto diante de Deus

1) Um coração reto é um NOVO coração (Ezequiel 36:26).
Não é o coração com que a pessoa nasce, mas um coração recebido pelo Espírito Santo. É um coração que possui novos sentimentos, novas alegrias, novas tristezas, novos desejos, novas esperanças, novos medos, novos gostos e novos desgostos. Ele possui novos pontos de vista sobre a alma, o pecado, a salvação de Deus, Cristo, a Bíblia, a oração, o céu, o inferno, o mundo e a santidade. É como uma fazenda com um novo e bom inquilino. “As coisas velhas se passaram. Eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5:17).
2) Um coração reto é um coração QUEBRANTADO e CONTRITO (Salmo 51:17).
Ele está distante do orgulho, vaidade e auto-justificação. Seus antigos pensamentos elevados sobre si mesmo estão rachados, quebrados, e despedaçado em átomos. Ele se julga como culpado, indigno e corrupto. Sua antiga teimosia, inércia e insensibilidade foi destruída, desapareceu, e faleceu. Ele não faz mais pouco caso de ofender a Deus. É leve, sensível e invejavelmente temeroso de correr para o pecado (II Reis 22:19). É humilde, simples e não vê em si coisa boa.
 
3) Um coração reto é um coração que CRÊ somente em Cristo como a sua salvação, e em que Cristo habita pela fé (Romanos 10:10; Efésios 3:17).
Coloca todas as suas esperanças de perdão e vida eterna na expiação, mediação e intercessão de Cristo. É aspergido pelo sangue de Cristo para ser purificado da consciência culpada (Hebreus 10:22). Assim como a bússola aponta para o norte, este coração se volta para Cristo. Ele procura em Cristo a paz diária, a misericórdia e a graça, assim como o girassol olha para o sol. Encontra em Cristo seu sustento diário, assim como Israel foi alimentado com o maná no deserto. Ele vê em Cristo uma aptidão especial para suprir todas as suas necessidades e exigências. Ele se inclina sobre Ele, paira sobre Ele, constrói sobre Ele, para se unir à Ele, como médico, tutor, marido e amigo.
4) Um coração reto é um coração PURIFICADO (Atos 15:9; Mateus 5:8).
Ele ama a santidade, e odeia o pecado. Ele se esforça diariamente para se purificar de toda a imundícia na carne e do espírito (II Coríntios 7:1). Ele abomina o que é mau, e se une ao que é bom. Ele se deleita na lei de Deus, e possui a lei gravada nele, para não esquecê-la (Salmos 119:11). Ele anseia obedecer a lei sempre mais, e tem prazer naqueles que amam a lei. Ele ama a Deus e as pessoas. Suas afeições são pelas coisas do alto. Ele nunca se sente tão leve e feliz como quando é mais santo, e aguarda com expectativa o céu com alegria, como o lugar onde a santidade perfeita será finalmente alcançada.
5) Um coração reto é um coração que ORA.
Ele tem dentro de si “o Espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba, Pai“ (Romanos 8:15). Seu sentimento diário é “Seu rosto, Senhor, buscarei“ (Salmo 27:8). É atraído por uma inclinação habitual de falar com Deus sobre coisas espirituais – de forma fraca, muito fraca, e talvez imperfeita – mas é preciso falar. Ele considera necessário derramar-se diante de Deus, como diante de um amigo, e apresentar diante dEle todas as suas necessidades e desejos. Diz-Lhe todos os seus segredos. Não esconde nada. Tentar persuadir uma pessoa a viver sem respirar é como convencer o dono de um coração reto a viver sem orar.
6) Um coração reto é um coração que sente CONFLITOS dentro dele (Gálatas 5:17).
 
Ele encontra dentro de si dois princípios opostos disputando o domínio – a carne contra o Espírito, e o Espírito contra a carne. Ele sabe por experiência o que Paulo quer dizer quando diz: “Eu vejo uma lei nos meus membros guerreando contra a lei da minha mente“ (Romanos 7:23). O coração enganado não conhece nada desta luta. O homem forte mantém o coração enganado como seu palácio e seus bens estão em paz (Lucas 11:21). Mas quando o rei legítimo toma posse do coração, começa uma luta que nunca termina até a morte. O coração reto pode ser conhecido por sua luta, tanto quanto pela sua paz.
 
7) Um coração reto é HONESTO, NÃO DIVIDIDO, e VERDADEIRO (Lucas 8:15; I Crônicas 12:33; Hebreus 10:22).
 
Não há nada de falsidade, hipocrisia, ou fingimento nele. Não é duplo ou dividido. É realmente o que professa ser, sente o que professa sentir, e crê no que professa crer. Sua fé pode ser fraca. Sua obediência pode ser muito imperfeita. Mas uma coisa sempre vai distinguir o coração reto. Sua religião é real, verdadeira, profunda e sincera.
Resumindo:
Um coração como o que foi descrito sempre foi possuído pelos verdadeiros cristãos de todo o nome, nação, povo e língua. Eles diferem um do outro em muitos assuntos, mas todos eles possuem esse coração reto. Alguns deles caíram, por um tempo, assim como Davi e Pedro, mas o seu coração nunca se afastou inteiramente do Senhor. Eles muitas vezes mostraram ser homens e mulheres carregados de enfermidades, mas seu coração foi reto aos olhos de Deus. Eles compreenderam um ao outro na terra. Eles descobriram que sua experiência foi em toda parte única, e a mesma. Eles vão entender um ao outro ainda melhor no mundo que há vir. Todos os que tiveram um coração reto sobre a terra, irão descobrir que eles têm um mesmo coração, quando entrarem no céu.
J. C. Ryle | Traduzido por Ana Carolina Selvati | iPródigo.com | Original aqui

7 dicas para viver bem


1. Domine a língua. Fale sempre menos do que pensa. Cultive uma voz mansa e baixa. O modo de falar impressiona mais do que o que se fala.
2. Pense antes de fazer uma promessa e depois não a deixe de cumprir nem dê importância ao quanto lhe custa cumpri-la.
3. Nunca deixe passar uma boa oportunidade para dizer uma coisa meiga e animadora a uma pessoa ou a respeito dela.
4. Deixe as suas virtudes falarem por si mesmas e recuse falar das faltas e fraquezas dos outros. Condene os murmúrios. Faça uma regra de somente falar coisas boas dos outros.
5. Tenha cuidado com os sentimentos dos outros. Gracejos e críticas não valem a pena e freqüentemente magoam quando menos se espera.
6. Conserve a mente aberta para todas as questões de discussão. Investigue, mas não brigue. É próprio das grandes mentalidades discordar e ainda conservar a amizade do seu oponente.
7. Trabalhe. Tenha paciência. Conserve-se calmo. Esqueça-se de si mesmo. Espere somente recompensa que vem do alto, pois esta é verdadeira e certa.

Fonte:Amilton Menezes