domingo, 13 de novembro de 2011

Os anjos e você - uma visão panorâmica


A relação do mundo visível com o invisível, o ministério dos anjos de Deus, a operação dos espíritos maus, acham-se claramente revelados nas Escrituras, e inseparavelmente entretecidos com a história humana.
Antes da criação do homem, existiam anjos; pois, quando os fundamentos da Terra foram lançados, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”. Jó 38:7. … Os anjos são, em sua natureza, superiores aos homens. O salmista diz acerca do homem: “Pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.” Salmos 8:5.

O número e poder dos anjos

Estamos informados pelas Escrituras quanto ao número, poder e glória dos seres celestiais, sua relação com o governo de Deus e também com a obra da redenção. “O Senhor tem estabelecido o Seu trono nos Céus, e o Seu reino domina sobre tudo.” Salmos 103:19. E diz o profeta: “Ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono.” Apocalipse 5:11. No salão de recepção do Rei dos reis, assistem eles — como “anjos Seus, magníficos em poder… ministros Seus, que executais o Seu beneplácito”, “obedecendo à voz da Sua palavra”. Salmos 103:20, 21.
Milhares de milhares e milhões de milhões eram os mensageiros celestiais vistos pelo profeta Daniel. O apóstolo Paulo declarou serem “muitos milhares”. Hebreus 12:22. Como mensageiros de Deus, saem “à semelhança dos relâmpagos” (Ezequiel 1:14), tão deslumbrante é sua glória e tão rápido o seu vôo. O anjo que apareceu no túmulo do Salvador, e tinha o rosto “como um relâmpago, e a sua veste branca como a neve”, fez com que os guardas por medo dele tremessem, e ficassem “como mortos”. Mateus 28:3, 4.
Quando Senaqueribe, o altivo assírio, injuriou a Deus e dEle blasfemou, ameaçando Israel de destruição, “sucedeu, pois, que naquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles”. 2 Reis 19:35. Ali foram destruídos “todos os varões valentes, e os príncipes, e os chefes”, do exército de Senaqueribe. “E este tornou com vergonha de rosto à sua terra.” 2 Crônicas 32:21.

Os anjos auxiliam os filhos de Deus

Os anjos são enviados em missões de misericórdia aos filhos de Deus. A Abraão, com promessas de bênçãos; às portas de Sodoma, para livrar o justo Ló da condenação do fogo; a Elias, quando se achava a ponto de perecer de cansaço e fome no deserto; a Eliseu, com carros e cavalos de fogo, cercando a pequena cidade em que estava encerrado por seus adversários; a Daniel, enquanto buscava sabedoria divina na corte de um rei pagão, ou abandonado para tornar-se presa dos leões; a Pedro, condenado à morte no calabouço de Herodes; aos prisioneiros em Filipos; a Paulo e seus companheiros na noite da tempestade no mar; ao abrir a mente de Cornélio para receber o evangelho; ao enviar Pedro com a mensagem da salvação ao desconhecido gentio — assim, em todos os tempos, têm os santos anjos ministrado ao povo de Deus.
Assim, ao povo de Deus, exposto ao poder enganador e vigilante malignidade do príncipe das trevas, e em conflito com todas as forças do mal, é assegurada a incessante guarda dos seres celestiais. Tampouco é tal segurança dada sem necessidade. Se Deus concedeu a Seus filhos promessas de graça e proteção, é porque há poderosos agentes do mal a serem enfrentados — agentes numerosos, decididos e incansáveis, de cuja malignidade e poder ninguém pode sem perigo achar-se em ignorância ou inadvertência.

Satanás e os anjos maus

Os espíritos maus, criados a princípio sem pecado, eram iguais, em sua natureza, poder e glória, aos seres santos que ora são os mensageiros de Deus. Mas, caídos pelo pecado, acham-se coligados para a desonra de Deus e destruição dos homens. Unidos com Satanás em sua rebelião, e com ele expulsos do Céu, têm, através de todas as eras que se sucederam, cooperado com ele em sua luta contra a autoridade divina. Somos informados, nas Escrituras, acerca de sua confederação e governo, suas várias ordens, inteligência e astúcia, e de seus maus intuitos contra a paz e felicidade dos homens.
Ninguém se acha em maior perigo da influência dos espíritos maus do que aqueles que, apesar dos testemunhos diretos e amplos das Escrituras, negam a existência e operação do diabo e seus anjos. Enquanto estivermos em ignorância no que respeita a seus ardis, têm eles vantagem quase inconcebível; muitos dão atenção às suas sugestões, supondo, entretanto, estar seguindo os ditames de sua própria sabedoria. É por isto que, aproximando-nos do final do tempo, quando Satanás deverá trabalhar com o máximo poder para enganar e destruir, espalha ele por toda parte a crença de que não existe. É sua política ocultar-se a si mesmo e agir às escondidas.
É porque se mascarou com consumada habilidade, que tão amplamente se faz a pergunta: “Existe realmente tal ser?” Evidencia-se o seu êxito na geral aceitação que obtêm no mundo religioso teorias que negam os testemunhos mais positivos das Escrituras. E é porque Satanás pode muito facilmente dirigir o espírito dos que se acham inconscientes de sua influência, que a Palavra de Deus nos dá tantos exemplos de sua obra maligna, descobrindo aos nossos olhos suas forças secretas, e desta maneira pondo-nos de sobreaviso contra seus assaltos.

Os seguidores de Cristo acham-se seguros

O poder e malignidade de Satanás e seu exército deveriam com razão alarmar-nos, não fosse o caso de podermos encontrar refúgio e livramento no superior poder de nosso Redentor. Pomos cuidadosamente em segurança as nossas casas por meio de ferrolhos e fechaduras, a fim de proteger contra homens maus nossa propriedade e vida; mas raras vezes pensamos nos anjos maus, que constantemente estão a procurar acesso a nós, e contra cujos ataques não temos em nossa própria força método algum de defesa. Se lhes permitirmos, podem transformar-nos o entendimento, perturbar e atormentar-nos o corpo, destruir nossas propriedades e vida. Seu único deleite está na miséria e ruína.
Terrível é a condição dos que resistem às reivindicações divinas, cedendo às tentações de Satanás, até que Deus os abandone ao governo dos espíritos maus. Mas os que seguem a Cristo estão sempre seguros sob Sua proteção. Anjos magníficos em poder são enviados do Céu para protegê-los. O maligno não pode romper a guarda que Deus pôs em redor de Seu povo.

Ellen G.White, A Verdade sobre os Anjos, Capítulo 1.Via Sétimo Dia