quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ellen G. White e a prática do vegetarianismo




Considerando que em muitas ocasiões tem aflorado em nosso meio intensos debates acerca do uso da carne em nossa dieta, e esses debates ao mais das vezes tem estabelecido Ellen White como a "última palavra" em relação a esta questão, convém ler o escrito abaixo, que se encontra publicado no site oficial do Centro White, órgão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Aborda duas questões: qual o ponto de equilibrio de Ellen White quanto à questão da carne como alimento e a base de nossa posição quanto à carne de porco. 

1. Ellen White ainda comeu carne após sua visão sobre a reforma de saúde em 1863?

Ellen White não afirmou que após sua visão sobre saúde em 1863 ela nunca mais comeu carne. Antes da visão, ela acreditava que "era dependente de uma dieta cárnea para ter energia". Por causa de sua frágil condição física, especialmente pela sua predisposição para desmaiar quando estava fraca e com tontura, ela pensava que a carne era "indispensável". De fato, naquela época ela era "uma grande comedora de carne"; a carne era seu "principal artigo de alimentação".

Mas ela obedecia à luz que ia tendo. Tirou a carne de sua "lista de compras" imediatamente, e esta não foi mais uma parte regular de sua dieta. Ela praticava os princípios gerais que ensinava aos outros, tais como aquele de que deve-se usar o melhor alimento disponível. Quando longe de casa, tanto viajando quanto acampando em condições precárias, décadas antes de serem inventadas as refeições de fácil preparo, encontrar uma dieta adequada era muitas vezes difícil. Nem sempre capaz de obter o melhor, por qualquer que fosse a razão, ela às vezes optou pelo bom - o melhor que podia obter naquelas circunstâncias.

Ellen White não era dogmática quanto ao comer carne. Em 1895 ela escreveu: "Nunca julguei ser meu dever dizer que ninguém deveria provar carne, sob quaisquer circunstâncias. Dizer isto... seria levar ao extremo a questão. Nunca senti ser dever meu fazer asserções arrasadoras. O que tenho dito, disse-o sob uma intuição do dever, mas tenho sido cautelosa em minhas afirmações, porque não queria dar ocasião para qualquer pessoa ser consciência para outro" - (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pp. 462, 463).

Em tentativas modernas para entender a história, muito freqüentemente o passado é julgado pelo presente, na maioria das vezes de modo desintencional. As pessoas do passado devem ser julgadas no contexto das circunstâncias delas, não das nossas. Numa época em que não havia refrigeração, quando obter frutas e vegetais frescos dependia de onde se vivia e da época do ano, quando os substitutos para carne eram raramente obtidos, antes da introdução da manteiga de amendoim e dos cereais desidratados (em meados da década de 1890), em algumas ocasiões ou se comia carne ou não se comia nada. Hoje em dia, na maioria das vezes comer carne raramente é uma necessidade.

Enquanto estava na Austrália, chegou a ponto de banir "absolutamente a carne de minha mesa". Por um tempo, ela havia permitido que um pouco de carne fosse servida para os empregados e membros da família. Daquela época em diante (janeiro de 1894), foi entendido que "quer eu esteja em casa quer viajando, nada disso deve ser usado por minha família, ou vir à minha mesa" (ibid., p. 488). Muitas das declarações mais enérgicas de Ellen White contra a carne foram escritas depois de ela haver renovado seu compromisso de abstinência total em 1894.

As principais visões de Ellen White sobre saúde, em 1863 e 1865, abrangeram todos os aspectos da mensagem da reforma de saúde que ela enfatizou até a morte. As mudanças em certas ênfases ao longo dos anos somente refinaram esses princípios; não lhes acrescentaram nem subtraíram nada. À medida em que o tempo passa, mesmo os profetas devem tomar tempo para assimilar os princípios revelados - tempo para que a teoria se torne prática em sua própria vida. Ela constantemente defendia o princípio, tanto na prática quanto no ensino, de que todo aquele que é comprometido com a verdade mudará do ruim para o bom, do bom para o melhor, e do melhor para o ideal. Tal foi a sua experiência.

E o que dizer sobre sua aparente reversão na questão do comer carne de porco? Em 1858 ela escreveu para os Haskells (Irmão e Irmã A) sobre uma série de itens, repreendendo-os por insistirem que deveria ser feito um "teste" quanto a comer carne de porco: "Vi que suas idéias sobre a carne de porco não seriam prejudiciais se vocês as retivessem para si mesmos, mas, em seu julgamento e opinião, os irmãos têm feito dessa questão uma prova. ... Se Deus achar por bem que Seu povo se abstenha da carne de porco, Ele os convencerá a respeito. ... Se for dever da igreja abster-se da carne de porco, Deus o revelará a mais do que duas ou três pessoas. Ele ensinará a Sua igreja o dever dela" - (Testemunhos Para a Igreja , vol. 1, pp. 206, 207).

Na visão sobre a reforma de saúde de 6 de junho de 1863, foi revelada uma extensa lista de princípios de saúde. No ano seguinte ela publicou um capítulo de cinqüenta páginas intitulado "Saúde" no Spiritual Gifts , vol. 4. Em referência à carne suína, ela disse: "Deus nunca designou o porco para ser comido sob nenhuma circunstância" (p. 124), e em seus livros posteriores ela continuou a enfatizar as conseqüências prejudiciais do comer a carne de porco.

2. Como se explica esta mudança nos conceitos de Ellen White entre 1858 e 1863?
Em primeiro lugar, ela não havia recebido qualquer luz de Deus sobre a carne de porco antes de 1863. Sua visão em 1858 não a informou se era certo ou errado comer carne de porco. O que ela fez foi reprovar este irmão por criar divisão entre os adventistas ao fazer da questão uma prova naquela época. Em segundo lugar, ela deixou aberta a possibilidade de que se o consumo de carne de porco devesse ser descartada pelo povo de Deus, Ele iria, a Seu próprio tempo, "ensinar a Sua igreja o dever dela". Quando a visão realmente veio, quase cinco anos mais tarde, a igreja toda compreendeu claramente a questão e nunca mais houve divisão a respeito desta questão.

Adaptado de Herbert E. Douglass, Mensageira do Senhor: O ministério profético de Ellen G. White (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2001), pp. 157, 158, 312-319.

fonte: http://www.centrowhite.org.br/antigo/ellendoc-2a.htm#pra_veg

terça-feira, 3 de abril de 2012

Por que Cristo ainda não veio?



O movimento adventista surgiu com a expectativa da iminente vinda de Cristo e, mesmo depois do desapontamento de 1844, seus pioneiros continuaram aguardando esse evento. Partilhando fervorosamente dessa esperança 1 foi que, em 1851, Ellen G. White escreveu: “Vi que o tempo para Jesus permanecer no lugar santíssimo estava quase terminado e esse tempo podia durar apenas um pouquinho mais; que o tempo disponível que temos deve ser gasto em examinar a Bíblia, que nos julgará no último dia.” 2

Entretanto, não tendo vindo Jesus, passadas três décadas, ela foi acusada de ter feito uma declaração falsa. Em resposta, ela argumentou que essa acusação também poderia ter sido feita a Cristo e aos apóstolos, que também chamaram a atenção para a urgência do tempo: “… o tempo é curto” (1Co 7:29). “Vai alta a noite e vem chegando o dia” (Rm 13:12). 3

Obviamente, eles não estavam enganados. “Os anjos de Deus em suas mensagens aos homens, apresentam o tempo como muito breve. Assim ele me tem sido sempre apresentado. É verdade que o tempo tem prosseguido mais do que esperávamos nos primeiros tempos desta mensagem. Nosso Salvador não apareceu tão depressa como esperávamos. Falhou, porém, a palavra do Senhor? Nunca! Devemos lembrar que as promessas e ameaças de Deus são igualmente condicionais.”4 A demora da segunda vinda acontece porque os filhos de Deus têm falhado em cumprir essas condições. 5

Missão inconclusa

O Senhor deu a Seu povo uma missão a ser cumprida, antes de Sua vinda, ou seja, proclamar as mensagens dos três anjos (Ap 14), pregando o evangelho eterno, chamando a atenção do mundo para o santuário celestial e o ministério intercessor de Cristo e restaurando a observância do verdadeiro dia de repouso. “Houvessem os adventistas, depois da grande decepção de 1844, ficado firmes na fé, e seguido avante em união no caminho aberto pela providência de Deus, recebendo a mensagem do terceiro anjo e proclamando-a ao mundo… ,a obra se haveria completado, e Cristo teria vindo antes para receber Seu povo para lhe dar o galardão.” 6 Em vez disso, muitos crentes vacilaram na fé e se tornaram oponentes da verdade. Mas, “não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo fosse assim retardada” 7

Ellen White comparou a demora da vinda de Jesus com a postergação da entrada dos israelitas em Canaã. Não era plano de Deus que vagueassem 40 anos no deserto; porém, por causa da falta de fé, retardaram a entrada na terra prometida (Hb 3:19). “Por quarenta anos a incredulidade, murmurações e rebelião excluíram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos pecados têm retardado a entrada do moderno Israel na Canaã celeste. Em nenhum dos casos as promessas de Deus estiveram em falta. É a incredulidade, o mundanismo, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo do Senhor que nos têm conservado neste mundo de pecado e dor por tantos anos.” 8

Para os israelitas, Deus era culpado pela longa peregrinação. Semelhantemente, os cristãos laodiceanos correm o perigo de lançar a culpa em Deus pela demora da segunda vinda. “Talvez tenhamos de permanecer muitos anos mais neste mundo por causa de insubordinação, como aconteceu com os filhos de Israel; mas por amor de Cristo, Seu povo não deve acrescentar pecado a pecado, responsabilizando Deus pela consequência de seu procedimento errado.” 9

Espera misericordiosa

Por outro lado, não é por indiferença ou esquecimento que o Senhor ainda não veio. É por misericórdia que Ele retarda Sua vinda (2Pe 3:9). “A longa noite de tristeza é árdua, mas a manhã é adiada em misericórdia, porque se o Mestre viesse, muitos seriam achados desprevenidos. A recusa de Deus em permitir que Seu povo pereça tem sido a razão de tão longa demora.” 10 E mais: “Cristo aguarda com fremente desejo a manifestação de Si mesmo em Sua igreja. Quando o caráter de Cristo se reproduzir perfeitamente em Seu povo, então Ele virá para reclamá-lo como Seu.” 11 Em suma, ainda não estamos preparados para ir ao Céu com Jesus.

Esse preparo inclui algo mais que o desenvolvimento de um caráter semelhante ao de Cristo. Envolve ajuda para que outros também se preparem. Desenvolvimento do caráter cristão e pregação do evangelho andam de mãos dadas; são dois aspectos de uma realidade. “O objetivo da vida cristã é a frutificação – a reprodução do caráter de Cristo no crente, para que Se possa reproduzir em outros.” 12

Assim como Deus tem misericórdia de Seu povo, também é compassivo para com os descrentes. “Jesus retarda a Sua vinda, para que pecadores possam ter oportunidade de ouvir a advertência, e encontrar nEle refúgio antes que a ira de Deus seja derramada.” 13 E a nós foi confiada a tarefa de advertir o mundo. “Dando o evangelho ao mundo, está em nosso poder apressar a volta de nosso Senhor. Não nos cabe apenas aguardar, mas apressar o dia de Deus. Houvesse a igreja de Cristo feito a obra que lhe era designada, como Ele ordenou, o mundo inteiro haveria sido antes advertido, e o Senhor Jesus teria vindo à Terra em poder e grande glória.” 14

A espera pode nos parecer muito longa e difícil de ser suportada. Porém, “quando, com os remidos, estivermos em pé sobre o mar de vidro, com harpas de ouro e coroas de glória, tendo à nossa frente a imensurável eternidade, então veremos como foi curto o período de provação e espera”. 15

Ele vem

A verdade é que, independentemente de quanto tempo tenhamos que esperar, é certo que Jesus virá, pois Ele mesmo prometeu (Jo 14:3; Ap 22:20). Por isso, Ellen G. White manteve sempre viva a esperança no indubitável regresso de Jesus à Terra. Jamais perdeu a confiança nem ficou impaciente; não dependia de data específica. Ela estava certa de que o Senhor não falha (Hb 10:37). Em uma carta, escrita em 1888, ela disse: “Ainda que desiludida, nossa fé não tem vacilado nem temos nos voltado à perdição. A demora é aparente porque, no tempo designado, nosso Senhor virá; e nós, se formos fiéis, exclamaremos: ‘Eis que Este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará’”. 16

O mais importante não é saber as razões pelas quais Cristo ainda não veio, mas estar preparados para recebê-Lo. Nosso maior perigo não é deixar de crer na vinda de Jesus, mas pensar: “Meu senhor demora-se” (Mt 24:48). Essa é uma atitude que nos leva ao egoísmo e ao mundanismo, fazendo-nos adiar nosso preparo e mantendo-nos adormecidos numa falsa segurança, indiferentes aos interesses eternos.

“Todo o que pretende ser um servo de Deus é convidado a realizar Seu serviço como se cada dia fosse o último.” 17 “Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim” (Mt 24:46).

Fonte: A Bíblia e a Ciência

segunda-feira, 2 de abril de 2012

As 7 frases de Cristo na cruz




1 – “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).Uma pergunta oportuna, diante do comportamento do nosso Salvador, para com aqueles que tão aleivosamente O estavam maltratando seria esta: Qual a nossa atitude para com aqueles que nos injuriam, nos provocam ou dizem palavras ofensivas contra nós? Se for diferente da do divino Mestre, estamos muito longe do ideal que Ele nos propôs. Que o exemplo da primeira frase de Cristo na cruz, jamais seja olvidado por nós.


2 – “Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:43).Após a Sua súplica pelos inimigos, dirigiu a palavra a alguém que antes fora inimigo, mas agora já se tornara bom amigo.
Todos sabemos que Cristo foi crucificado entre dois ladrões. Parece-nos lógicos concluir pelo contexto, que o comportamento dos dois ladrões a princípio foi idêntico, mas pela observação do procedimento de Cristo diante dos que O injuriavam, um deles conclui que ali se achava o seu Salvador, a quem faz este pedido: “Senhor, lembra-te de mim quando vieres no Teu reino”. Esta súplica é uma declaração explícita de sua crença na messianidade de Jesus. A resposta incontinenti de Cristo revelou amor, compaixão e perdão. Estas palavras prometiam ao bom ladrão, dar-lhe um lugar em Seu futuro reino, quando chegasse a hora da Sua segunda vinda.


3 – “Vendo Jesus Sua mãe, e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe. Dessa hora em diante o discípulo a tomou para casa” (João 19:26 e 27). Ao pé da cruz se achava com a o coração traspassado sua angustiada mãe. Ao Seu lado se encontrava o discípulo que mais se identificara com o Mestre e podemos concluir que João a estava consolando e animando naquele transe aflitivo.
O pedido de Jesus a João, para que cuidasse da mãe, revela Seu amor filial e deve servir de exemplo para que cada filho tenha solícito cuidado por seus pais.


4 – “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mateus 27:46 e Marcos 15:34). Após seis horas, suspenso entre o céu e a Terra, sofrendo lancinantes dores, com os pecados da humanidade pesando sobre Si, compreendemos o motivo de exclamação desta sentença. Há nesta frase um profundo mistério, porque sabemos que o Pai não O desamparara, mas ela será em parte compreendida à luz de Isaías 53:5: “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados”. Falar de desamparo era uma maneira de expressar Seus padecimentos físicos e morais e do peso acabrunhador dos pecados do gênero humano de que Se fizera fiador.


5 – “Tenho sede!” (João 19:28). Decorridas 18 ou 20 horas sem Se alimentar; sangrando pelos açoites, espinhos e cravos; as fortes emoções sentidas durante a noite do processo; a fadiga pelo transportar da cruz (segundo os estudiosos devia pesar 100 quilos); a febre produziu em Jesus a grande intensidade da sede. Com a língua seca e os lábios ressequidos, exclama para os circunstantes: “Tenho sede!” Esta palavra “sede”, de acordo com alguns estudiosos, talvez fosse mais uma expressão reveladora dos Seus sofrimentos. Segundo outros comentaristas – sede – seria o desejo de repouso na Pátria do Pai.
Um do presentes, movido de compaixão, tomou uma esponja, embebeu-a em vinagre, prendeu-a na extremidade de uma vara e umedeceu com ela os lábios de Jesus. Tendo experimentado o vinagre, proferiu a sexta frase.


6 – “Está consumado!” (João 19:30). Esta simples declaração é uma síntese maravilhosa de toda a obra de Cristo profetizada no Velho Testamento.
Com a batalha terminada e a vitória ganha, todo o Céu se encheu de júbilo. Em outras palavras, Ele queria dizer que Sua árdua e extraordinária missão estava finalizada.


7 – “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito” (Lucas 23:46). Espírito nesta passagem é sinônimo de Seu ser ou Sua vida. Temos aqui a figura de estilo chamado sinédoque, pela qual a parte é tomada em lugar do todo.
A vida de Cristo na Terra foi uma vida completa submissão à vontade do Pai. Concluída a missão, Sua vida é depositada nas mãos de Deus. Estas palavras revelam confiança e ternura filiais. Após pronunciá-las, o Salvador inclinando a cabeça, exalou o último suspiro.
Rendamos sempre graças a Deus, pelo sacrifício expiatório que Cristo fez na cruz do Calvário, para remissão de nossos pecados.


(Texto de Pedro Apolinário)

domingo, 1 de abril de 2012

Não é o Plano de Deus que Moremos na Cidade



Em todo o mundo as cidades estão se tornando viveiros de vícios. Por toda parte se vê e ouve o que é mau, e encontram-se estimulantes à sensualidade e ao desregramento. Avoluma-se incessantemente a onda de corrupção e de crime. Cada dia oferece um registro de violência: roubos, assassínios, suicídios e crimes revoltantes.
A vida nas cidades é falsa e artificial. A intensa paixão de ganhar dinheiro, o redemoinho da exaltação e da corrida aos prazeres, a sede de ostentação, de luxo e extravagância, tudo são forças que, no que respeita à maioria da humanidade, desviam o espírito do verdadeiro desígnio da vida. Abrem a porta para milhares de males. Essas coisas exercem sobre a juventude uma força quase irresistível.
Uma das mais sutis e perigosas tentações que assaltam as crianças e jovens nas cidades é o amor dos prazeres. Numerosos são os dias feriados; jogos e corridas de cavalos arrastam milhares, e a onda de agitação e prazer atrai-os para longe dos sóbrios deveres da vida. O dinheiro, que deveria haver sido economizado para melhores fins, é desperdiçado em divertimentos.
Em razão de monopólios, sindicatos e greves, as condições da vida nas cidades estão-se tornando cada vez mais difíceis. Sérias aflições encontram-se diante de nós; e sair das cidades tornar-se-á uma necessidade para muitas famílias.
O ambiente material das cidades constitui muitas vezes um perigo para a saúde. Estar constantemente sujeito ao contato com doenças, a prevalência de ar poluído, água e alimento impuros, as habitações apinhadas, obscuras e insalubres, são alguns dos males a enfrentar.
Não era desígnio de Deus que o povo se aglomerasse nas cidades, se apinhasse em cortiços. Ele pôs, no princípio, nossos primeiros pais entre os belos quadros e sons em que se deseja que nos alegremos ainda hoje. Quanto mais estivermos em harmonia com o plano original de Deus, mais favorável será nossa posição para assegurar saúde ao corpo, espírito e alma. A Ciência do Bom Viver, págs. 363-365.
Ellen G. White – Vida no Campo, 10-11

sábado, 31 de março de 2012

A Única Coisa Que Consegue Parar Deus


"Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, logo se lhe estancou a hemorragia. Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. Contudo, Jesus insistiu:

Alguém Me tocou, porque senti que de Mim saiu poder. Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dEle, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. Então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz" (Lucas 8:43-48). 

O toque humano tem o poder de conter Deus.
Sim, de fazê-lO parar.
de detê-lO.
de fazê-lo consciente de seus problemas,
sua dor,
sua petição.

"Oh", diz você, "não é possível. Deus não Se importa comigo. Ele não se interessa pelo que acontece comigo, um indivíduo tão pequeno em meio à Sua enorme criação.
Quem sou eu, ou o que sou eu para que Deus repare em mim?"
Bem, está registrado.
Está escrito, preto no branco
que, detido pelo toque de uma mulher doente, Ele
Se virou

Aquele que conquistou a morte
Aquele que derrotou Satanás
Aquele a quem todas as legiões do inferno não conseguem deter
Aquele que é o Rei dos reis.
Ele se deteve, apenas por uma mulher doente,
e sem nome, que tocou a barra de Sua veste. - Peter Marshall. 

Prece ao Médico dos médicos

Ó mais bondoso dos Médicos,
Ajuda-me a entender que os sãos não se esforçaram para chegar a Ti.
Juntaram-se, formando multidões,
mas os que sofriam muito é que estenderam a mão para Te segurar...

Ajuda-me a compreender, Senhor Jesus,
que a fé da mulher que sofria de hemorragia foi forjada na bigorna do sofrimento,
durante doze longos anos.
Anos de decepções, de sonhos despedaçados.

Obrigado, Senhor Jesus, por olhares para todas as hemorragias de minha vida com olhos de miseric6rdia,
olhos que entendem, que enxergam toda a minha história.
Obrigado por Tua disposição para estancar meu sofrimento.
E obrigado porque posso depositar meus problemas a Teus pés
e seguir meu caminho em paz... - Ken Gire.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Há um Lugar Reservado Para Hitler no Céu?



Não faz muito tempo, ouvi um comentário intrigante, para não dizer teologicamente revolucionário. Deus teria um lugar reservado para Hitler no Céu. Qualquer um, em sã consciência, diria que uma afirmação semelhante é um grande absurdo, uma afronta à própria humanidade. Até certo ponto não posso discordar. Esse homem cometeu tantas atrocidades que, ao menos do ponto de vista humano, seria no mínimo extravagante a ideia de encontrá-lo no Céu.

Na classe da Escola Sabatina que frequento, meus colegas dizem que gosto de colocar sempre um pouquinho de pimenta no tempero das discussões. Parece que estou tentando fazer o mesmo com os leitores agora.

O que você responderia a alguém que fizesse uma afirmação dessa natureza?

Espere um pouco. Não seja tão rápido no gatilho! Pense bem, analise com calma todos os aspectos que envolvem a salvação de uma pessoa, a graça e a justiça de Deus...

Estou certo de que para um cristão sincero não seria fácil responder a essa pergunta.

É fácil explicar a razão. Primeiramente, nenhum de nós foi convidado por Deus para fazer parte do Seu júri, ao menos por enquanto. Não temos a atribuição de determinar quem será salvo e quem se perderá.

Mas alguém poderá justificar: há casos de iniquidade tão extrema que mesmo um ser humano com pouco conhecimento teológico não teria dificuldade em concluir que para determinados indivíduos a salvação seria impensável.

Vou logo avisando: cuidado para não interpretar incorretamente meus comentários. Não estou afirmando absolutamente que Hitler e outros tiranos semelhantes serão salvos. Também não tenho conhecimento suficiente para dizer que estão perdidos. Mas posso afirmar seguramente que algo foi feito em relação a ele: certamente Hitler foi convidado para ser salvo. O sacrifício de Cristo foi feito em favor de “todo o mundo” (João 3:17). Ele estava incluído nesse “todo”. Se ele teria aceitado o convite é outro capítulo. Não é possível saber. E se ele, antes de morrer tivesse feito o mesmo pedido que o ladrão na cruz? Quem pode ter certeza sobre isso?

Você pode perceber que essa questão de julgar as pessoas em relação a quem vai estar no Céu está completamente fora de nossa jurisdição?

Deixando Hitler de lado, que tal pensar num dos reis mais ímpios e tiranos que governou o antigo Israel? Trata-se de Manassés. A tradição diz que ele mandou serrar o profeta Isaías ao meio. Só em pensar nisso temos arrepios. Mas no finalzinho de sua vida ele se arrependeu e voltou-se para Deus. Imagine a surpresa de Isaías ao se encontrar com ele no Céu!

Pois bem, essa pimentinha que coloquei no tempero de nossa reflexão é apenas para que tenhamos muito cuidado em limitar a graça de Deus. Ela chega a ser “escandalosa”, nas palavras de alguns pregadores. Claro que Deus também é justiça e um dia Sua graça terá um ponto final.

Por isso não devemos jamais abusar de Sua maravilhosa graça continuando a recusá-la, achando que seremos salvos de qualquer jeito. O convite de Deus é estendido gratuitamente a todos, até para qualquer “Hitler” moderno. Aceitar, porém, o lugar que Deus tem reservado no Céu para nós faz parte de nosso livre arbítrio. É pegar ou largar!


texto de Wilson Almeida