segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Onisciência de Jesus





Parece haver contradição entre Marcos 13:32 e João 21:17. O último texto proclama a onisciência de Jesus, e o primeiro a nega. Como explicar isto?

O primeiro texto declara: “Mas a respeito daquele dia ou da hora n i n g u é m sabe; nem os anjos no Céu, nem o Filho, senão somente o Pai”. O outro diz: “Senhor, Tu sabes todas as coisas. Tu sabes que eu Te amo” (resposta de Pedro). 

Afinal, Jesus “sabe todas as coisas” (é onisciente, como diz Pedro), ou Ele apenas tem um conhecimento parcial das coisas, do presente, passado e futuro? Como explicar a aparente contradição entre o que os dois textos afirmam sobre Ele? 

Em primeiro lugar, é preciso situar bem a ocasião em que essas declarações foram feitas. Quando o apóstolo Pedro declarou que Jesus conhecia todas as coisas, Jesus já havia ressuscitado. Havia passado a fase de Sua humanidade, Sua humilhação já havia terminado bem como Seu ministério e Seu sacrifício em favor dos homens. 

Quando, porém, Ele próprio (Jesus) declarara não saber o dia e a hora de Sua vinda em majestade e glória, estava vivendo em Sua humilhação, em forma de servo, na condição de pessoa humana.

É verdade que Jesus, mesmo nos dias de Seu sofrimento e morte, achava-Se investido de todos os atributos divinos, mas em todo esse período de humilhação, jamais fez uso integral da Sua divindade. 

Possuía, sem dúvida, também a onisciência, mas, dentro de Sua natureza humana, abria mão de seu uso, a não ser em poucas e determinadas ocasiões. Vemos, por aí, a que ponto Jesus Se humilhou: não exercer os poderes divinos que possuía.

Quando a turba armada de espadas e varapaus viera prendê-Lo, e Pedro desembainhou a espada, Jesus declarou: “Acaso pensas que não posso rogar ao Pai, e Ele Me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?” (Mateus 26:53). 

Nesta declaração se vê como Cristo abdicou temporariamente do Seu poder – comportando-Se como um ser humano comum, mesmo sendo Deus.

- Extraído e adaptado do livro “Consultoria Doutrinária”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário