sábado, 25 de junho de 2011

Ordenação de Mulheres ao Ministério


 Hoje em dia é comum aparecerem nos programas de TV e Rádio, mulheres que se apresentam com títulos ministeriais: Pastoras, Bispas, Reverendas, etc.

Algumas igrejas, inclusive, costumam denominar a esposa do pastor como "pastora" também. Uma grande igreja evangélica brasileira, com vários seguidores entres as "celebridades", e recentemente envolvida em problemas judiciais, é liderada por um "apóstolo", cuja esposa é chamada de "bispa" (título que tem se tornado comum em algumas denominações).

Recentemente recebi um e-mail questionando sobre a posição Adventista para a ordenação de mulheres ao ministério pastoral. Por que, ainda, a Igreja Adventista do 7º Dia não tem "pastoras", devidamente credenciadas a exercerem a função que, atualmente, só é reservada a homens? Será machismo? Preconceito? Mera ortodoxia? Conservadorismo?

Sei que o tema é polêmico, e vou "mexer em um vespeiro"...rsrs

As mulheres exercem um papel importantíssimo na Obra de Deus, e desempenham tarefas e atividades que são peculiares à sua natureza feminina. O Ministério da Mulher veio como uma fantástica ferramenta de mobilização do contingente feminino que a Igreja dispõe, levando-as a uma maior participação no trabalho missionário e nas demais atividades eclesiásticas.

Como consequência desta crescente participação da mulher no dia-a-dia da Igreja, este tema da ordenação de mulheres ao ministério tem sido continuamente debatido entre os Adventistas.

Pessoalmente, creio que o Senhor não deseja que as mulheres sejam ordenadas como "pastoras", pelo menos não "ainda". Creio nisso pelos seguintes motivos:

1. O clamor pela ordenação de mulheres surgiu, ao meu ver, mais como uma reivindicação do movimento feminista americano, do que como um estudo teológico da função ministerial no Novo Testamento. Como um anseio por "mais espaço", a liderança feminina da Igreja nos Estados Unidos começou a questionar sua participação também nas fileiras ministeriais. Lá, é possível uma mulher ser ordenada como "Anciã", porém a ordenação ao ministério não tem valor para a Igreja a nível Mundial.

2. Este tema já foi levado à votação por 2 vezes em uma Conferência Geral, e em ambos os casos ele foi rejeitado. Para mim, este é um claro demonstrativo de como Deus vê a questão da ordenação feminina. Creio no que Ellen White escreveu sobre esta reunião representativa dos "delegados" das Igrejas e, se Deus não permitiu que este tema fosse aprovado pela Igreja Mundial, creio que é porque Ele não deseja que isto aconteça agora.

"Mas isso não equivale a dizer que as decisões de uma Associação Geral composta de uma assembléia de homens representativos e devidamente designados, de todas as partes do campo, não deva ser respeitada. Deus ordenou que os representantes de Sua igreja de todas as partes da Terra, quando reunidos numa Associação Geral, devam ter autoridade. O erro que alguns estão em perigo de cometer, é dar à opinião e ao juízo de um homem, ou de um pequeno grupo de homens, a plena medida de autoridade e influência de que Deus revestiu Sua igreja, no juízo e voz da Associação Geral reunida para fazer planos para a prosperidade e progresso de Sua obra" (Ellen White, A Igreja Remanescente, pág. 67).

Portanto, se o tema não foi aprovado pelos delegados reunidos na Assembléia Geral é uma razão muito forte para não ficarmos perdendo tempo com os "porquês" da questão.

3. Há registros históricos de que a própria Ellen White rejeitou ser chamada de "ministra ordenada", e chegou mesmo a receber uma "credencial" com este título, mas pediu para que isto fosse retirado do documento. Ou seja, ela não via que a mulher devesse exercer este papel que, no Novo Testamento, é exclusivo dos homens. Por algum motivo, Deus quis que fosse assim.

Acredito que talvez chegue o momento em que as mulheres devam ser ordenadas ao ministério, com todos os deveres e responsabilides que os homens mantêm. Mas acredito que esta hora ainda não chegou.

Como mencionei no início, este é um tema que sempre gera muita polêmica. Um dos estudiosos Adventistas que mais escreveram sobre este assunto foi o Dr. Samuel Pipim, contrário à ordenação feminina. Os que gostam de Inglês podem encontrar um bom material dele sobre as razões teológicas para sua rejeição (clique
aqui). Em Português, há uma excelente um trabalho de conclusão de curso de um aluno de Teologia do UNASP, orientado pelo eminente Dr. Timm (clique aqui), abordando os argumentos a favor e contra.

Sei que vão me chamar de "machista" (rsrs), mas minha posição não tem nada que ver com isso. Apenas creio que, em alguns temas, o Senhor definiu distinções claras sobre a participação de homens e mulheres, e me parece que a ordenação ao ministério é um deles.

Mas estou sempre aberto a mudar de opinião, em face de algo concreto e de uma sinalização divina.

Fonte:Gilson Medeiros

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