Enquanto a Sra. Ellen White esteve na Austrália, A. W. Stanton, um irrequieto leigo de Montana, publicou uma compilação das declarações da Sra. White, que pareciam apoiar sua opinião de que a Igreja Adventista havia apostatado e se tornado Babilônia.
Ele entendeu que chegara o tempo de parar de patrocinar financeiramente a igreja organizada e “sair dela”. De maneira direta, a Sra. White escreveu para ele:
“Se você está ensinando que a Igreja Adventista do Sétimo Dia é Babilônia, você está errado. Deus não lhe deu nenhuma mensagem assim para proclamar… presumo que algumas pessoas poderão ser enganadas por sua mensagem, porque estão cheias de curiosidade e do desejo de alguma coisa nova.” Carta Publicada na Review and Herald, 12 de setembro de 1893.
Ela também escreveu para a Review quatro artigos intitulados: “A Igreja Remanescente Não é Babilônia.” Estes foram republicados depois em “Testemunhos Para Ministros.”
Nessa série de artigos, a Sra. Ellen White deixa claro sua angústia em relação àqueles que apanham seleções de seus escritos e fazem com que pareçam apoiar os pontos de vista pessoais do compilador, leia você mesmo o que ela escreveu:
“Ao tomarem desautorizadas liberdades”, escreveu ela, “apresentam ao povo uma teoria que engana e destrói. Em tempos passados, muitos outros fizeram a mesma coisa, e deram a parecer que os Testemunhos apoiavam posições que eram insustentáveis e falsas…”. – Testemunhos para Ministros pág. 33
“No folheto publicado pelo irmão Stanton e seus companheiros, ele acusa a igreja de Deus de ser Babilônia, e insiste em que haja uma separação da igreja. Esta é uma obra que não é honrosa nem justa…
“…desde anos tenho apresentado meu testemunho dizendo que, em surgindo quaisquer pessoas pretendendo possuir grande luz e não obstante advogando a demolição daquilo que o Senhor por Seus agentes humanos tem estado a edificar, acham-se eles muito enganados, e não trabalham em cooperação com Cristo.
“Aqueles que afirmam que as igrejas adventistas do sétimo dia constituem Babilônia, ou qualquer parte de Babilônia, deveriam antes ficar em casa. Que eles se detenham e considerem qual é a mensagem que deve ser pregada presentemente…. eles se puseram ao lado daquele que é um acusador dos irmãos, que os acusa dia e noite perante Deus. Agentes satânicos têm vindo das profundezas, inspirando os homens a unir-se numa confederação do mal, para perturbarem e atormentarem o povo de Deus causando-lhes grande aflição…” – Idem, pág. 36.
Existe Pecado entre o Povo de Deus?
“Embora existam males na igreja, e tenham de existir até ao fim do mundo, a igreja destes últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e desmoralizado pelo pecado. A igreja, débil e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual Cristo confere Sua suprema consideração”. Idem pág. 49.
Ela continua: “Deus tem na Terra uma igreja que está erguendo a lei pisada a pés, e apresentando aos homens o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo a igreja é depositária das abundantes riquezas da graça de Cristo, e pela igreja será finalmente exibida a última e plena manifestação do amor de Deus ao mundo.. no mundo só existe uma igreja que presentemente se acha na brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados, e todo homem que chamar a atenção do mundo e de outras igrejas para esta igreja, denunciado-a como Babilônia, está trabalhando de acordo com aquele que é o acusador dos irmãos.
“Será possível que dentre nós se levantem homens que falem coisas perversas, propagando os mesmos sentimentos que Satanás deseja disseminados no mundo, com referência aos que guardam os mandamentos de Deus, e têm a fé de Jesus?” – Idem págs. 50-51.
Como os Sinceros Devem Agir Diante dos Erros de Irmãos?
“Os que tiverem alguma compreensão do que significa esse conflito, (entre o bem e o mal) não voltarão suas armas contra a Igreja militante, mas com todas as suas forças, hão de lutar pelo povo de Deus, contra a confederação do mal.
“Os que se põem a proclamar uma mensagem sob sua responsabilidade pessoal, e que, ao mesmo tempo em que declaram ser ensinados e guiados por Deus, constituem sua obra especial derribar aquilo que Deus durante anos tem estado a erguer, não estão cumprindo a vontade de Deus.
“Saiba-se que esses homens se encontram do lado do grande enganador. Não os creiais. Estão-se aliando com os inimigos de Deus e da verdade. Porão a ridículo a ordem estabelecida no ministério, considerando-a um sistema eclesiástico imperialista. Afastai-vos desses; não os recebais; pois Deus não os incumbiu dessa obra. O resultado de semelhante obra será incredulidade nos Testemunhos, e nos limites do possível, tornarão sem efeito a obra que por anos tenho estado a fazer.
“Quase toda a minha vida tem sido dedicada a esta obra, mas meu encargo muitas vezes se tem tornado mais pesado pelo surgimento de homens que saíram a proclamar uma mensagem que Deus não lhes dera. Esta classe de obreiros maus tem escolhido porções dos Testemunhos, e tem-nas colocado numa moldura de erro, a fim de que por esse meio de influência a seus testemunhos falsos”. – Idem págs. 51-52.
Um Ministério Divinamente Designado
“Deus tem uma igreja, e ela tem um ministério designado por Ele… O Senhor tem Seus agentes designados, e uma igreja que tem sobrevivido a perseguições, conflitos e trevas. Jesus amou a Igreja, e por ela Se deu a Si mesmo, e Ele a há de aperfeiçoar, refinar, enobrecer e elevar, de maneira que ela fique firme em meio das corruptoras influências deste mundo.
“Homens designados por Deus foram escolhidos para vigiar com zeloso cuidado, com vigilante perseverança a fim de que a Igreja não seja subvertida pelos malignos ardis de Satanás, mas que ela esteja no mundo para promover a glória de Deus entre os homens…
“Os que estão levando esta mensagem errada, denunciando a igreja como sendo Babilônia, negligenciam a obra que Deus lhes determinou fazer, estão em oposição à organização, opõem-se à clara ordem de Deus pronunciada por Malaquias com relação a trazer todos os dízimos ao tesouro da casa de Deus…
“Deus fala por meio dos agentes por Ele designados, e que nenhum homem, nem grupo de homens, insultem o Espírito de Deus recusando-se a ouvir a mensagem da Palavra divina dos lábios de Seus mensageiros escolhidos. Recusando-se a ouvir a mensagem de Deus, fecham-se os homens num aposento de trevas, excluem sua própria alma das grandes bênçãos e roubam a Cristo da glória que Lhe deveria ser dada, mostrando desrespeito para com os agentes que designou”. – Idem, págs. 52-54.
Cuidado com os Falsos Mestres
“Falsos mestres podem parecer muito zelosos da obra de Deus, e podem despender meios para apresentar ao mundo e à igreja as suas teorias. Mas como misturam o erro com a verdade, sua mensagem é de engano, e levará almas para veredas falsas. Deve-se-lhes fazer oposição, não porque sejam homens maus, mas porque são mestres de falsidades e procuram colocar sobre a falsidade o sinete da verdade.
“Que lástima, darem-se homens a tais trabalhos para descobrir alguma teoria errônea, quando existe abundância de preciosas gemas da verdade, pelas quais o povo pode ser enriquecido da mais santa fé…
“Os que têm proclamado ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Babilônia, têm feito uso dos Testemunhos para dar à sua atitude um aparente apoio; mas por que é que não apresentaram aquilo que por anos tem sido a preocupação de minha mensagem – unidade da igreja? Por que não citaram as palavras do anjo: “Uni-vos, uni-vos, uni-vos”? Por que não repetiram a advertência nem declararam o princípio de que “na união há força, na divisão há fraqueza”?
“São mensagens como as que esses homens têm proclamado que dividem a igreja e trazem sobre nós opróbrio perante os inimigos da verdade; e nessas mensagens se revelam claramente a astuta operação do grande enganador, que quer impedir a igreja de alcançar a perfeição na unidade. Esses mestres seguem as labaredas de seu próprio fogo, agem segundo seu próprio juízo independente, e embaraçam a verdade com falsas noções e teorias. Rejeitam o conselho de seus irmãos, e avançam em seu próprio caminho até se tornarem justamente o que Satanás deseja – de espírito desequilibrado”. – Idem págs. 55 e 56.
Nenhum comentário:
Postar um comentário