And now, the end is near, and so I face the final curtain...
Quem não conhece esse que foi um dos maiores sucessos do Frank Sinatra tardio e uma das canções mais regravadas de todos os tempos? No leito de morte, o eu lírico da composição proclama orgulhosamente: I did it my way (em uma tradução desajeitada, "fiz do meu jeito", ou seja, "vivi a vida como me pareceu melhor"). Ouça aqui.
Se a música fosse poesia, como crítica literária eu diria que se trata de um sujeito forte: seus arrependimentos foram muito poucos que valessem a pena mencionar; cada um de seus passos, tais como os do Chapolim, foram friamente calculados; se havia dúvidas, ele "engoliu e cuspiu", encarando tudo e permanecendo de pé; ri das derrotas e falhas; e termina seu relato dizendo que um homem que não tem a si mesmo é um homem que não tem nada. Ele morre sozinho, confiante e satisfeito. Uau!
Mas poucos conhecem essa que foi a matriz francesa para My Way, chamada Comme d'habitude, de 1967 (ouça aqui). Curiosamente, a letra original nada na contramão de sua irmã americana, ao descrever a vida de um casal cujos gestos cotidianos são desprovidos de significado. O eu lírico, dessa vez, é um marido deprimido e até conformado com o fim iminente de seu casamento. Diz a canção: "Como de costume, todo o dia/ Eu vou fingir/ Nesta cama fria/ Minhas lágrimas, eu as esconderei/ Como de costume." É o exato oposto do sujeito que toma as rédeas de suas decisões: em Comme d'habitude, o relacionamento sem vida é um subtema para demonstrar a impotência do homem.
Poderíamos dizer que ambas as canções ilustram os atuais modos americano e europeu de considerar o ser humano. Um é otimista demais, quase heroico; o outro, pessimista e até niilista. Porém, é mais interessante pensar que são duas cosmovisões contraditórias oferecidas por um mundo que só consegue enxergar o homem sem Deus.
Mas poucos conhecem essa que foi a matriz francesa para My Way, chamada Comme d'habitude, de 1967 (ouça aqui). Curiosamente, a letra original nada na contramão de sua irmã americana, ao descrever a vida de um casal cujos gestos cotidianos são desprovidos de significado. O eu lírico, dessa vez, é um marido deprimido e até conformado com o fim iminente de seu casamento. Diz a canção: "Como de costume, todo o dia/ Eu vou fingir/ Nesta cama fria/ Minhas lágrimas, eu as esconderei/ Como de costume." É o exato oposto do sujeito que toma as rédeas de suas decisões: em Comme d'habitude, o relacionamento sem vida é um subtema para demonstrar a impotência do homem.
Poderíamos dizer que ambas as canções ilustram os atuais modos americano e europeu de considerar o ser humano. Um é otimista demais, quase heroico; o outro, pessimista e até niilista. Porém, é mais interessante pensar que são duas cosmovisões contraditórias oferecidas por um mundo que só consegue enxergar o homem sem Deus.
Separado do Criador, o homem pode aventurar-se pela vida crendo que é dele que depende seu destino; ou então, pode afundar em um surdo desespero ao perceber sua incapacidade fundamental para gerir seus próprios caminhos.
Enquanto o segundo desistiu de tentar, o primeiro se satisfaz com muito pouco, refestelando-se nas próprias imperfeições e no orgulho de sua solidão. São dois extremos e nenhum deles é verdadeiro.
Só o cristianismo é exato em sua radical afirmação: sem Deus, nada podemos fazer; com Deus, submetidos a Ele, podemos viver sem ganas de um falso heroísmo, descansados em Sua vontade e desejosos de Sua perfeição, em um amor que é real e plenamente vivido no Paraíso. Não há nada no mundo que possa comparar-se a isso.
Só o cristianismo é exato em sua radical afirmação: sem Deus, nada podemos fazer; com Deus, submetidos a Ele, podemos viver sem ganas de um falso heroísmo, descansados em Sua vontade e desejosos de Sua perfeição, em um amor que é real e plenamente vivido no Paraíso. Não há nada no mundo que possa comparar-se a isso.
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