quinta-feira, 21 de julho de 2011

Jesus, como devemos te adorar?

 
Jesus deixou claro que adoração verdadeira é unicamente aquela feita “em espírito e em verdade” (Jo 4:23 e 24).

Não é adorar “em espírito” apenas, e nem “em verdade” apenas. Não se trata de emocionalismo sem doutrina, êxtase sem conhecimento, fervor sem Bíblia aberta. Também não se trata de erudição sem emoção, conhecimento sem amor, doutrinas sem fervor.

Como se adora a Deus? Em espírito e em verdade: com a mente e com o coração, com doutrina e emoção, com música e pregação, com ensino e com beleza.

Na busca pelo culto racional (Rm 12:1), temo que algumas congregações estejam tentando adorar a Deus “em verdade”, mas não “em espírito”.[1]

E na busca pelo "reavivamento" e pelo "fervor", corre-se o risco que de deixar a "verdade" em segundo plano.
Em espíritoSó quem nasceu de novo pode adorar a Deus verdadeiramente, pois “o que é nascido da carne, é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3: 6)

Para O servirmos devidamente, é mister nascermos do divino Espírito. Isso purificará o coração e renovará a mente, dando-nos nova capacidade para conhecer e amar a Deus. Comunicar-nos-á voluntária obediência a todos os Seus reclamos. Esse é o verdadeiro culto. É o fruto da operação do Espírito Santo” (DTN, 189).

Apenas quem se converte pode adorar a Deus de modo correto. Apenas os que estão sendo santificados diariamente pela fé em Jesus podem adorar verdadeiramente. Chorar, se emocionar, ter o coração tocado e continuar praticando a iniqüidade após o culto é hipocrisia, é falsa adoração.

Em verdade
Adorar em verdade não se trata de ter a cabeça inchada com teorias, doutrinas corretas e versos bíblicos, mas:
 
A aceitação da verdade tal como é em Jesus encher-lhes-á o coração de louvores a Deus” (CSS, 217).

A verdade deve ser tal como é em Jesus. É impossível separar Jesus de suas doutrinas, e separar as doutrinas de seu Autor, aquele que é a própria Verdade.

Apenas quem examina as Escrituras e está sendo por ela santificado pode adorar a Deus em verdade. Os que não sabem nada da Bíblia, e nem se interessam em saber, estão oferecendo falsa adoração ao Deus bíblico.
Apenas quem aceita a Jesus como Senhor (não apenas como Salvador) pode adorá-lo em verdade. Os que não estão dispostos a se submeterem ao senhorio de Jesus, obedecê-lo e honrar a Sua Palavra oferecem falsa adoração.
A falsa adoraçãoO oposto de adorar a Deus “em espírito e em verdade” é adorar “em vão” ou “inutilmente”:

A adoração deste povo é inútil, pois eles ensinam leis humanas como se fossem mandamentos de Deus." (Mc 7:7)

E Jesus caracteriza assim a adoração inútil:

Jesus respondeu: - Hipócritas! Como Isaías estava certo quando falou a respeito de vocês! Ele escreveu assim: "Deus disse: Este povo com a sua boca diz que me respeita, mas na verdade o seu coração está longe de mim” (Mc 7:6)

Hipocrisia, fingimento, falsidade. Adoração “da boca pra fora”, com o coração distante é inútil.[2]

Temos aqui dois conceitos claros: verdade e falsidade.
Deus procura adoradores verdadeiros, que o adorem em espírito e em verdade.
Deus não quer adoradores falsos, que o adoram hipocritamente, desligados dEle.

A verdadeira circuncisão é a adoração de Cristo em espírito e em verdade, não em formas e cerimônias, com pretensão hipócrita” (FEC, 399).

Formas e cerimônias não garantem absolutamente nada. Se acrescentarmos a pretensão hipócrita, aí sim a falsidade da adoração está garantida.

Veja como Ellen White deixa esse conceito da “falsidade” claro aqui:
A vida se tornara falsa e artificial. Os judeus, destituídos do poder da Palavra de Deus, davam ao mundo tradições e especulações que obscureciam a mente e amorteciam a alma. A adoração de Deus, "em espírito e em verdade" (João 4:23), tinha sido suplantada pela glorificação dos homens em uma rotina infindável de cerimônias de criação humana. Pelo mundo todo, os sistemas todos de religião estavam perdendo seu poder sobre a mente e a alma.” (Ed 75) [3]

Perceba que ela usa “mente e alma”, numa referência clara a “espírito e verdade”.
Daí podemos concluir que adorar em espírito e em verdade é:
Adorar com as faculdades intelectuais e fervor.
É adorar com o coração fervendo, cheio dos princípios da verdade.
É conhecer e amar.
É coração e mente.
Vanessa Meira
_________________________
[1]
A palavra “racional” em grego é “logikos”. Ela é traduzida como “espiritual” em 1 Pe 2:2. Existe uma indisposição ao aspecto emocional da adoração, e esse texto de Rm 12:1 é a marionete teológica dos "racionalistas".[2] É útil relembrar que a falsa adoração denunciada por Jesus aqui envolvia um cerimonial pomposo, requintado, belo e impressionante. Esse texto tem sido aplicado por alguns autores à adoração contemporânea, e isso pode estar certo. Mas o contexto original deve ser sempre relembrado. O ponto é: erudito ou popular, tradicional ou contemporâneo não definem a “falsidade” ou a “veracidade” da adoração.[3] Eu tremo diante desse texto: quantos itens de nosso culto regular tem sido apenas uma “rotina infindável de cerimônias de criação humana”? Particularmente, concluí: uma boa parte deles. Mas esse é um assunto para outra postagem. Releia Marcos 7:6 e 7.
Fonte: Adoração Adventista

Nenhum comentário:

Postar um comentário