Um dos mais frequentes ataques contra a teologia Adventista, muito visto nos sites dos nossos opositores, é contra a compreensão Adventista de que Jesus adentrou no Lugar Santo do Santuário Celestial apenas em 1844 d.C., ao final da profecia de Dan. 8:14.
Os citados opositores, bem como alguns separatistas do Movimento Adventista do passado e do presente, citam o livro de Hebreus para dizerem que Jesus tornou-Se Sumo-Sacerdote e, portanto, entrou no Lugar Santíssimo, imediatamente após Sua ressurreição e ascensão (por volta de 31 d.C.).
Em resposta a um leitor do blog que me solicitou esclarecimentos sobre este tema, e sabendo que ele é muito presente nas disputas apologéticas dos que "adoram" questionar a doutrina Adventista, vou colocar aqui um resumo bem prático e claro sobre o tema. O material se baseia na excelente apostila do Dr. Willian Shea, quando de suas aulas no programa de Mestrado do IAE.
O Véu do Santuário
A partir da expressão encontrada em Hebreus 6:19-20 - "a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra ATÉ O INTERIOR DO VÉU; aonde Jesus... entrou por nós, feito sumo-sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (grifos acrescentados) -, alguns inferiram que, por ocasião da ascensão, Cristo iniciou Seu ministério "dentro do véu", isto é, no lugar Santíssimo do Santuário Celestial.
O argumento é baseado no véu que há entre o Santo e o Santíssimo. Dizem que a Septuaginta, em sua versão do AT, usa a mesma palavra encontrada em Hebreus 6:19 para "véu" - KATAPETASMA.
Duas perguntas:
1. A palavra "katapetasma" é usada para o véu do Santíssimo? SIM!
2. É usada somente para o véu do Santíssimo? NÃO!
No Santuário do deserto haviam três véus:
a. o véu do pátio;
b. o véu para se entrar no Lugar Santo; e
c. o véu entre o Santo e o Santíssimo.
- Quando a Septuaginta (versão do Antigo Testamento para o grego) fala do véu do pátio (o primeiro), das 6 referências, em 5 usa a palavra "katapetasma".
- O véu da entrada (que é o segundo) é mencionado 11 vezes, e em 7 delas é chamado de "katapetasma". Nas outras 4, é chamado de "kaluma".
- O véu do Santíssimo (o terceiro) aparece 24 vezes como "katapetasma" e 1 vez como "kaluma".
Portanto, vemos que a palavra dominante para TODOS os véus é "katapetasma", e "kaluma" é usada numa menor escala.
Este é o argumento do AT contra a tese dos opositores dos Adventistas.
Estas pessoas deveriam ter olhado melhor para Hebreus. No capítulo 9 há uma seção que descreve o santuário do AT. Descreve o Santo e os equipamentos que nele estão; também o Santíssimo e seus equipamentos. Aqui o Santo é chamado de "primeira tenda" e o Santíssimo de "segunda tenda".
Percebamos claramente as palavras usadas no verso 3 - "mas depois do segundo véu estava a tenda (ou tabernáculo) que se chama o Santo dos Santos".
O local se chama "Santo dos Santos".
Onde se localiza? Após o segundo véu.
Portanto, se este é o segundo véu, logicamente deve haver o primeiro. No livro de Hebreus a linguagem usada é "segundo katapetasma", portanto deve haver o "primeiro katapetasma" que é, sem dúvida, o véu de entrada no Santo - que foi por onde Jesus passou em 31 d.C.
Este é o argumento do NT contra nossos opositores.
O Dr. George Rice, lembra, ainda, que, embora os comentaristas sejam virtualmente unânimes dizendo que "katapetasma" em Heb. 6:19 é o “segundo véu” e que "esoteron" é o “Santuário interno”, estas suposições são questionadas pelos fatos seguintes:
1) na Septuaginta (LXX), a palavra "katapetasma" é usada diversas vezes para todos os três véus de Santuário, como já vimos acima;
2) "esoteron", embora um substantivo em Heb. 6:19, não pode ser traduzido como o “Santuário interno” porque "katapetasma" não pode ser identificado como o segundo véu;
3) o contexto de Heb. 6:19 não permite a identificação do segundo véu, como fazem os contextos de Lv 16:2 e Hb 9:3;
4) "katapetasma", dentro do contexto de Heb. 6:19 e o contexto mais amplo do livro inteiro de Hebreus, pode ser entendido metaforicamente como o Santuário no céu, no qual Jesus entrou como nosso precursor, no qual nossa esperança entrou, e do qual Jesus dispensa as bênçãos da aliança de Abraão.
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Portanto, mais uma vez se comprova como a fé Adventista é solidamente embasada na Bíblia, diferente dos "achismos" comumente vistos em muitos sites pseudo-apologéticos por ai.
Além do mais, se não bastassem as inquestionáveis provas bíblicas (comprovadas pela correta exegese dos textos onde ocorre a citação do "véu" do Santuário Celestial), ainda temos a "pá de cal", enterrando a questão, quando o Senhor confirmou para nossos primeiros irmãos, logo após o desapontamento de 22 de outubro de 1844 d.C (lembram de Hiram Edson?). Na ocasião, o Senhor esclareceu que somente naquela data foi que Jesus deixou o Lugar Santo e adentrou o "terceiro" véu, iniciando no Santíssimo a última "etapa" de Sua obra de Mediação e Salvação, à semelhança do que ocorria no Santuário do deserto (cf. Lev. 16).
Os citados opositores, bem como alguns separatistas do Movimento Adventista do passado e do presente, citam o livro de Hebreus para dizerem que Jesus tornou-Se Sumo-Sacerdote e, portanto, entrou no Lugar Santíssimo, imediatamente após Sua ressurreição e ascensão (por volta de 31 d.C.).
Em resposta a um leitor do blog que me solicitou esclarecimentos sobre este tema, e sabendo que ele é muito presente nas disputas apologéticas dos que "adoram" questionar a doutrina Adventista, vou colocar aqui um resumo bem prático e claro sobre o tema. O material se baseia na excelente apostila do Dr. Willian Shea, quando de suas aulas no programa de Mestrado do IAE.
O Véu do Santuário
A partir da expressão encontrada em Hebreus 6:19-20 - "a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra ATÉ O INTERIOR DO VÉU; aonde Jesus... entrou por nós, feito sumo-sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (grifos acrescentados) -, alguns inferiram que, por ocasião da ascensão, Cristo iniciou Seu ministério "dentro do véu", isto é, no lugar Santíssimo do Santuário Celestial.
O argumento é baseado no véu que há entre o Santo e o Santíssimo. Dizem que a Septuaginta, em sua versão do AT, usa a mesma palavra encontrada em Hebreus 6:19 para "véu" - KATAPETASMA.
Duas perguntas:
1. A palavra "katapetasma" é usada para o véu do Santíssimo? SIM!
2. É usada somente para o véu do Santíssimo? NÃO!
No Santuário do deserto haviam três véus:
a. o véu do pátio;
b. o véu para se entrar no Lugar Santo; e
c. o véu entre o Santo e o Santíssimo.
- Quando a Septuaginta (versão do Antigo Testamento para o grego) fala do véu do pátio (o primeiro), das 6 referências, em 5 usa a palavra "katapetasma".
- O véu da entrada (que é o segundo) é mencionado 11 vezes, e em 7 delas é chamado de "katapetasma". Nas outras 4, é chamado de "kaluma".
- O véu do Santíssimo (o terceiro) aparece 24 vezes como "katapetasma" e 1 vez como "kaluma".
Portanto, vemos que a palavra dominante para TODOS os véus é "katapetasma", e "kaluma" é usada numa menor escala.
Este é o argumento do AT contra a tese dos opositores dos Adventistas.
Estas pessoas deveriam ter olhado melhor para Hebreus. No capítulo 9 há uma seção que descreve o santuário do AT. Descreve o Santo e os equipamentos que nele estão; também o Santíssimo e seus equipamentos. Aqui o Santo é chamado de "primeira tenda" e o Santíssimo de "segunda tenda".
Percebamos claramente as palavras usadas no verso 3 - "mas depois do segundo véu estava a tenda (ou tabernáculo) que se chama o Santo dos Santos".
O local se chama "Santo dos Santos".
Onde se localiza? Após o segundo véu.
Portanto, se este é o segundo véu, logicamente deve haver o primeiro. No livro de Hebreus a linguagem usada é "segundo katapetasma", portanto deve haver o "primeiro katapetasma" que é, sem dúvida, o véu de entrada no Santo - que foi por onde Jesus passou em 31 d.C.
Este é o argumento do NT contra nossos opositores.
O Dr. George Rice, lembra, ainda, que, embora os comentaristas sejam virtualmente unânimes dizendo que "katapetasma" em Heb. 6:19 é o “segundo véu” e que "esoteron" é o “Santuário interno”, estas suposições são questionadas pelos fatos seguintes:
1) na Septuaginta (LXX), a palavra "katapetasma" é usada diversas vezes para todos os três véus de Santuário, como já vimos acima;
2) "esoteron", embora um substantivo em Heb. 6:19, não pode ser traduzido como o “Santuário interno” porque "katapetasma" não pode ser identificado como o segundo véu;
3) o contexto de Heb. 6:19 não permite a identificação do segundo véu, como fazem os contextos de Lv 16:2 e Hb 9:3;
4) "katapetasma", dentro do contexto de Heb. 6:19 e o contexto mais amplo do livro inteiro de Hebreus, pode ser entendido metaforicamente como o Santuário no céu, no qual Jesus entrou como nosso precursor, no qual nossa esperança entrou, e do qual Jesus dispensa as bênçãos da aliança de Abraão.
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Portanto, mais uma vez se comprova como a fé Adventista é solidamente embasada na Bíblia, diferente dos "achismos" comumente vistos em muitos sites pseudo-apologéticos por ai.
Além do mais, se não bastassem as inquestionáveis provas bíblicas (comprovadas pela correta exegese dos textos onde ocorre a citação do "véu" do Santuário Celestial), ainda temos a "pá de cal", enterrando a questão, quando o Senhor confirmou para nossos primeiros irmãos, logo após o desapontamento de 22 de outubro de 1844 d.C (lembram de Hiram Edson?). Na ocasião, o Senhor esclareceu que somente naquela data foi que Jesus deixou o Lugar Santo e adentrou o "terceiro" véu, iniciando no Santíssimo a última "etapa" de Sua obra de Mediação e Salvação, à semelhança do que ocorria no Santuário do deserto (cf. Lev. 16).
"Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o Santuário será purificado" (Dan. 8:14).
Fonte:Gilson Medeiros
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