Atribui-se ao famoso filósofo francês Voltaire a frase “Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”. Essa máxima tem norteado os defensores da liberdade de expressão por séculos e soa atual diante da percepção de que o conceito de liberdade tem sofrido impressionante modificação e adulteração em nossos dias pós-modernos. Convencionou-se enxergar o mundo sob o prisma da pluralidade de ideias sociais e políticas e mesmo religiosas. Ou seja, intolerante é quem não aceita essa diversificação de opiniões. Pois bem. Até aí, tudo certo.
O problema é quando muitos esforços são realizados para se estabelecer uma confusão proposital entre liberdade de expressão, respeito às opiniões alheias e aceitação do contraditório. O que Voltaire e tantos outros pensadores condenavam evidentemente era a intolerância ao diferente, ao distinto e obviamente a violência praticada em nome da incapacidade de sequer ouvir e ver o contraditório. Lógico que isso prevalece até hoje e é o princípio da própria liberdade religiosa que permeia os estatutos e constituições de várias nações desse planeta. Não se pode suportar qualquer arbitrariedade praticada em nome de preconceitos, julgamentos ou simplesmente pela vontade de se opor ao que não se quer ou não se admira. É lícito o respeito mútuo e o livro arbítrio preconizados por Deus em Sua revelação aos homens, a Bíblia Sagrada. Desde o lar edênico, Deus concedeu ao casal Adão e Eva o direito de escolher e a liberdade de agir conforme sua consciência. Expôs claramente os resultados da desobediência no caso de se aproximarem da árvore da ciência do bem e do mal, mas não impediu a ação dos dois. Se passarmos pelas páginas do Livro Sagrado perceberemos que esse conceito permeou os demais relatos. No episódio entre Ló e seu tio Abraão, vemos outra vez o direito de escolha que levou Ló a seguir seu caminho em direção às cidades de Sodoma e Gomorra, mais tarde destruídas pelo próprio Deus. Não houve intervenção divina para cercear a decisão do homem que depois deixou, às pressas, a corrompida região após aviso de anjos. Deus, no Antigo Testamento, constantemente aparece pedindo às pessoas que se arrependam, voltem aos caminhos orientados por Ele e sigam os princípios delineados, porém nunca as obriga e nem mesmo atua de maneira forçosa para que não caiam em armadilhas dos inimigos. A liberdade de escolha vem acompanhada certamente das consequências, mas é garantida.
No Novo Testamento, Jesus também age da mesma maneira. Convida discípulos, não os convoca como que para uma carreira militar obrigatória. Discursa para multidões, mas salienta que o amor e a compreensão constituem a base de Seu ministério. Cura doentes, alimenta famintos, ressuscita mortos, contudo não condiciona seus atos a um alistamento ao Seu grupo e nem condena as pessoas por seus diferentes pontos de vista religiosos. Chama a atenção, sim, para o que considera incoerente nas crenças, mas respeita o direito do pensar divergente.
Liberdade para contradizer – Ao mesmo tempo, os ensinamentos de Jesus deixam a translúcida impressão de que Ele não concordava sempre com as opiniões vigentes. Respeitava o direito, por exemplo, de os líderes judeus à época agirem de maneira cruel com quem não lhes interessava na sociedade. Mas não aceitava e nem apoiava tais atitudes. No momento e na maneira certa, manifestava Seu pensamento acerca dos fatos que afetavam a vida espiritual das pessoas ao Seu redor.
Se Jesus realizasse Seu ministério hoje dessa forma, seria enquadrado provavelmente como intolerante, preconceituoso e perseguidor de minorias ou algo do gênero. Seu defeito apontado por muitos seria o de não se posicionar como alguém politicamente correto, culto e com a mente aberta para aceitar todas as diversidades possíveis. Jesus não compactuava e, indo além, afirmava que não concordava com certas posturas, costumes e ideologias. Fosse por parábolas, discursos, sermões ou atos, mostrou que vivia segundo ditames mais elevados e conectados com a vontade divina. Apesar de sua fama entre os mais pobres, humildes, desvalidos e marginalizados, alcançou grande impopularidade à medida que o tempo transcorria. Tornou-se objeto de repulsa social.
O motivo é que se discurso foi considerado eticamente incorreto, que afrontava o pensamento de gente influente. Jesus nos ensina que a liberdade de expressão, posicionamento e pensamento nem sempre agrada, nem sempre resulta em apoio popular. É o que muitos vivem na sociedade pluralista de hoje que já não quer mais aceitar posições diferentes, consideradas obsoletas e ultrapassadas. São visados como extremistas, fanáticos, preconceituosos. No mundo religioso, certamente há muito disso. Porém, muitos cristãos se deixam ser influenciados por sua fé alicerçada na Bíblia Sagrada e a defendem com vigor e convicção. Infelizmente são interpretados como ignorantes e intolerantes. Passam a ser discriminados e viram alvo fácil de crítica e ofensas. Em última instância, a essas pessoas é vedado o direito de expressar sua opinião. Estamos chegando agora ao limite de criminalizar determinadas opiniões. Defender o contraditório, em certas situações, torna-se, portanto, perigoso e o caminho mais seguro será o de se calar.
Mas onde fica a liberdade de ensinar valores nos quais se acredita, de escrever e publicar o que se pensa e de falar em público sobre determinados conceitos? O dever de escutar e respeitar é tanto de quem aceita a Bíblia e Seus ensinamentos sobre céu, morte, sexo, leis, julgamento, família, saúde, quanto de quem não crê dessa forma. Até mesmo o que alega não crer em nada e ninguém merece a consideração. Não confunda, entretanto, com aceitação. Somos livres, de acordo com Deus e as elaboradas legislações humanas posteriores, para pensar e consolidar nossas crenças. Todos nós!
O problema é quando muitos esforços são realizados para se estabelecer uma confusão proposital entre liberdade de expressão, respeito às opiniões alheias e aceitação do contraditório. O que Voltaire e tantos outros pensadores condenavam evidentemente era a intolerância ao diferente, ao distinto e obviamente a violência praticada em nome da incapacidade de sequer ouvir e ver o contraditório. Lógico que isso prevalece até hoje e é o princípio da própria liberdade religiosa que permeia os estatutos e constituições de várias nações desse planeta. Não se pode suportar qualquer arbitrariedade praticada em nome de preconceitos, julgamentos ou simplesmente pela vontade de se opor ao que não se quer ou não se admira. É lícito o respeito mútuo e o livro arbítrio preconizados por Deus em Sua revelação aos homens, a Bíblia Sagrada. Desde o lar edênico, Deus concedeu ao casal Adão e Eva o direito de escolher e a liberdade de agir conforme sua consciência. Expôs claramente os resultados da desobediência no caso de se aproximarem da árvore da ciência do bem e do mal, mas não impediu a ação dos dois. Se passarmos pelas páginas do Livro Sagrado perceberemos que esse conceito permeou os demais relatos. No episódio entre Ló e seu tio Abraão, vemos outra vez o direito de escolha que levou Ló a seguir seu caminho em direção às cidades de Sodoma e Gomorra, mais tarde destruídas pelo próprio Deus. Não houve intervenção divina para cercear a decisão do homem que depois deixou, às pressas, a corrompida região após aviso de anjos. Deus, no Antigo Testamento, constantemente aparece pedindo às pessoas que se arrependam, voltem aos caminhos orientados por Ele e sigam os princípios delineados, porém nunca as obriga e nem mesmo atua de maneira forçosa para que não caiam em armadilhas dos inimigos. A liberdade de escolha vem acompanhada certamente das consequências, mas é garantida.
No Novo Testamento, Jesus também age da mesma maneira. Convida discípulos, não os convoca como que para uma carreira militar obrigatória. Discursa para multidões, mas salienta que o amor e a compreensão constituem a base de Seu ministério. Cura doentes, alimenta famintos, ressuscita mortos, contudo não condiciona seus atos a um alistamento ao Seu grupo e nem condena as pessoas por seus diferentes pontos de vista religiosos. Chama a atenção, sim, para o que considera incoerente nas crenças, mas respeita o direito do pensar divergente.
Liberdade para contradizer – Ao mesmo tempo, os ensinamentos de Jesus deixam a translúcida impressão de que Ele não concordava sempre com as opiniões vigentes. Respeitava o direito, por exemplo, de os líderes judeus à época agirem de maneira cruel com quem não lhes interessava na sociedade. Mas não aceitava e nem apoiava tais atitudes. No momento e na maneira certa, manifestava Seu pensamento acerca dos fatos que afetavam a vida espiritual das pessoas ao Seu redor.
Se Jesus realizasse Seu ministério hoje dessa forma, seria enquadrado provavelmente como intolerante, preconceituoso e perseguidor de minorias ou algo do gênero. Seu defeito apontado por muitos seria o de não se posicionar como alguém politicamente correto, culto e com a mente aberta para aceitar todas as diversidades possíveis. Jesus não compactuava e, indo além, afirmava que não concordava com certas posturas, costumes e ideologias. Fosse por parábolas, discursos, sermões ou atos, mostrou que vivia segundo ditames mais elevados e conectados com a vontade divina. Apesar de sua fama entre os mais pobres, humildes, desvalidos e marginalizados, alcançou grande impopularidade à medida que o tempo transcorria. Tornou-se objeto de repulsa social.
O motivo é que se discurso foi considerado eticamente incorreto, que afrontava o pensamento de gente influente. Jesus nos ensina que a liberdade de expressão, posicionamento e pensamento nem sempre agrada, nem sempre resulta em apoio popular. É o que muitos vivem na sociedade pluralista de hoje que já não quer mais aceitar posições diferentes, consideradas obsoletas e ultrapassadas. São visados como extremistas, fanáticos, preconceituosos. No mundo religioso, certamente há muito disso. Porém, muitos cristãos se deixam ser influenciados por sua fé alicerçada na Bíblia Sagrada e a defendem com vigor e convicção. Infelizmente são interpretados como ignorantes e intolerantes. Passam a ser discriminados e viram alvo fácil de crítica e ofensas. Em última instância, a essas pessoas é vedado o direito de expressar sua opinião. Estamos chegando agora ao limite de criminalizar determinadas opiniões. Defender o contraditório, em certas situações, torna-se, portanto, perigoso e o caminho mais seguro será o de se calar.
Mas onde fica a liberdade de ensinar valores nos quais se acredita, de escrever e publicar o que se pensa e de falar em público sobre determinados conceitos? O dever de escutar e respeitar é tanto de quem aceita a Bíblia e Seus ensinamentos sobre céu, morte, sexo, leis, julgamento, família, saúde, quanto de quem não crê dessa forma. Até mesmo o que alega não crer em nada e ninguém merece a consideração. Não confunda, entretanto, com aceitação. Somos livres, de acordo com Deus e as elaboradas legislações humanas posteriores, para pensar e consolidar nossas crenças. Todos nós!
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