A gelatina é uma substância inodora e transparente, que se extrai de diversos órgãos e tecidos de animais. A gelatina que consumimos é extraída do colágeno, encontrado no couro ou nos ossos de animais, como o porco ou o boi. Depois de extraído, o colágeno passa por um processo químico para retirar impurezas e gordura. Na culinária, fazemos verdadeiras delícias com essa substância, que também é nutritiva e saudável.
Hoje, no Brasil, são produzidas anualmente cerca de 6 mil toneladas de gelatina a partir da pele do suíno.
Um nicho da suinocultura que é pouco divulgado é o da utilização da pele do animal para a produção de gelatina. Mais do que um produto, a gelatina é um ingrediente muito aplicado pela indústria alimentícia na elaboração de iogurtes, balas e produtos dietéticos. Já a indústria farmacêutica utiliza a gelatina suína para a produção de cápsulas de remédios e de produtos cosméticos. Sua aplicação também está presente no segmento fotográfico, onde a gelatina é comumente utilizada na revelação dos filmes. De acordo com Paulo Reimann, presidente da Gelita do Brasil, hoje são produzidas anualmente no País cerca de 6 mil toneladas de gelatina a partir da pele do suíno. “Além da própria gelatina, a pele suína é destinada para a produção de pururuca e emulsões para embutidos como mortadelas, salsichas, patês e lingüiças”, explica. “A história da gelatina remonta séculos, sendo produzida a partir de couro bovino e suíno”. Segundo Reimann, o principal destino da gelatina suína produzida pela empresa é para a confecção de cápsulas e de gomas tipo confeito.
A exploração do couro suíno pela indústria no Brasil ainda é muito baixa. Apenas 0,2% do total de animais abatidos tem a pele destinada para o curtimento. “Não existe um cuidado diferenciado nas granjas de suínos para a extração da pele no animal. Os cuidados da suinocultura moderna visam o suíno como um todo”, diz Reimann. “No entanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento impõe algumas exigências para a utilização da pele do suíno na transformação de gelatina como: somente são permitidas peles oriundas de frigoríficos com registro no SIF, cujas carcaças passaram por inspeções ante e post-mortem; que tenham rastreabilidade dos animais e de suas etapas de processamento e que mantenham rotinas de boas práticas de produção”, detalha o presidente. “Além disso, existe um outro fator determinante para o uso da pele suína na industrialização de gelatina alimentícia que é o teor de gordura presente no couro do animal, cujo limite é de 10%”.
Processamento da pele - Durante o abate dos suínos no frigorífico, as carcaças que terão a pele aproveitada passam por um processo denominado de esfola (retirada total do couro animal). “Os suínos passam por todas as etapas usuais de abate como atordoamento, sangria, escaldamento e depilação, evisceração, divisão da carcaça, esquartejamento e desossa. A esfola é realizada no momento em que ocorre o esquartejamento do animal na linha de processamento”, esclarece Paulo Reimann. Segundo o presidente da Gelita, de uma carcaça suína normal podem ser retirados, em média, 5,5 kg de pele. “O preço do quilo da pele suína para fabricação de gelatina alimentícia gira em torno de R$ 0,95, incluídos os impostos”.
Gelatina para sobremesa
Da pele bruta para a gelatina, a matéria-prima passa por várias etapas de industrialização. “É uma série de operações unitárias que vão desde a hidrólise do colágeno, a purificação da matéria-prima, concentração e secagem”, comenta o presidente. Segundo ele, os frigoríficos já fornecem a pele separada a partir da camada subjacente de gordura. Dessa forma, a pele do suíno pode ser transportada em estado fresco, refrigerado ou congelado, dependendo da distância a ser percorrida. “Se necessário, a matéria-prima pode ser estocada em armazéns refrigerados até a sua utilização”. Paulo Reimann explica que para a produção de gelatina suína, a pele do animal sofre um pré-tratamento ácido por três dias antes de ir para a etapa de extração, onde recebe água quente e passa por um processo de extração de múltiplos estágios. A solução de aproximadamente 5% de gelatina obtida no processo de extração passa, então, por filtros de alta performance que retiram todo e qualquer resíduo de gorduras e fibras. A pré-purificação é então completada através de filtros. Na seqüência, evaporadores a vácuo são usados para esterilizar a solução de gelatina e ao mesmo tempo remover, gastando um mínimo de energia, a água da solução diluída, e concentrar a gelatina até que esta atinja uma consistência de mel. Com a ajuda de um esterilizador de alta temperatura, a solução de gelatina altamente concentrada passa por mais uma esterilização de segurança. Os passos seguintes são, então, refrigeração e soli-dificação. Neste último processo a gelatina é “extrusada” e ganha a forma de “espaguete”, sendo distribuída uniformemente sobre a esteira de secagem. O ar usado para secagem é filtrado, lavado, desumidificado e descontaminado. Na saída do túnel de secagem, a gelatina é quebrada e moída em partículas de tamanho uniforme. “Estes são os passos finais, porém muito importantes do processo, pelos quais a gelatina é preparada para aplicações particulares ou para requerimentos específicos do cliente final”, explica Reimann.
Mercado - Uma das maiores fabricantes de gelatina animal do mundo, produz no Brasil 22 mil toneladas do produto ao ano, originárias de pele suína e bovina. “Cerca de 80% da nossa produção vão para o mercado internacional”. Segundo ele, no mercado mundial o crescimento do consumo de gelatina é de 4% ao ano, impulsionado pela crescente demanda da indústria alimentícia e da indústria farmacêutica. “No Brasil, prevemos um incremento de 15% no consumo de gelatina animal em 2005, o que significa uma produção adicional de 8 mil toneladas”.
Gelatina comestível
A gelatina comestível é um alimento natural. As matérias-primas utilizadas para sua fabricação são peles (suína e bovina) e ossos que provêm de animais abatidos e aprovados para o consumo humano. A proteína (colágeno) contida nas peles e nos ossos representa a verdadeira matéria-prima para a fabricação de gelatina. Gelatinas comestíveis disponíveis comercialmente possuem a seguinte composição:
84 - 90% proteína
8 - 12% água
2 - 4% sais minerais
Elas não contêm carboidratos, gorduras, colesterol ou purina e são livres de qualquer tipo de conservantes. Todas as gelatinas comestíveis estão integralmente de acordo com os padrões bacteriológicos exigidos.
Uma resposta capturada da internet:
Como já disseram, gelatina é de origem animal (couro, ossos, tendões). Portanto, um animal precisa ser morto pra que as pessoas comam gelatina, e por isso vegetarianos passam longe disso. Todas as gelatinas “tradicionais”, tem essa origem.
Gelatina de algas recheada de maça e hortelã sem corantes
Ágar-ágar é a gelatina de algas, mas a comercialização é bastante restrita. Há muitos anos até existia no mercado uma marca chamada “Pronto”, mas infelizmente a fábrica fechou. Atualmente, só se encontra em lojas de produtos japoneses, e pode ser conhecida como Kanten.
E, só esclarecendo: vegetarianos em geral não comem gelatina, pois provém da morte direta de um animal. Veganos deixam de comer não só o que advém da morte como o que advém da exploração, incluindo os itens não alimentares, como leite, ovos, pêlos, peles, couros, filmes fotográficos que levam gelatina, etc.
Comentário: O interesse do blog não é que as pessoas parem de comer gelatina por conta da origem animal, mas sim, conscientizar da origem da mesma. Até porque continua perfeitamente possível consumir gelatina de algas, que é de origem vegetal, e é fornecida como sobremesa em muitos restaurantes vegetarianos. Desta forma não é preciso abandonar esta prática e deliciosa sobremesa.
O blog também informa que na maior parte dos textos encontrados, é dada enfase, de que o processo é totalmente higiênico e seguro a saúde humana, ou seja, cabe somente a cada um julgar se consumirá ou não, pois por motivo de contaminação e intoxicação, não perece haver riscos.
Porcos em abate
Para os que não consomem carne de porco ou mesmo são vegetarianos, é necessário buscar informações em fontes especializadas, para saber se consumir uma gelatina feita a base de colágeno de porco, é a mesma coisa que consumir algum derivado, como presunto de porco.
Aos que não comem carne não só por motivos de saúde, mas também ambientais e de proteção aos animais, só é preciso confirmar a idoneidade dessas informações, em outras fontes possíveis, além de saber que alguns corantes também são de origem animal, mais precisamente um tipo de inseto conhecido como Corante de Cochonilha.